O petróleo despenca mais de 6% nesta segunda-feira (23), com a escalada da tensão entre Estados Unidos e Irã no Oriente Médio. O barril do Brent para setembro recuava 6,11%, a US$ 70,88, enquanto o WTI para agosto caía 6,46%, a US$ 69,07.
O movimento surpreende, já que a expectativa era de alta da commodity com o aumento do risco geopolítico. Em relatório a clientes, o Goldman Sachs alertou para os riscos econômicos da crise.
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Segundo o banco, uma redução na oferta de petróleo pelo Irã poderia derrubar o crescimento global em até 0,2 ponto percentual e elevar a inflação mundial em até 0,4 ponto.
O cenário mais grave seria o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde escoa cerca de 20% da demanda global de petróleo. Nesse caso, o PIB global cairia mais de 0,3 p.p. e a inflação subiria 0,7 p.p.
Empresas de petróleo caem no Brasil
Com a queda do petróleo no cenário externo, as ações das empresas de óleo e gás recuam em bloco. A Petrobras (PETR3) perdeu 1,81% e 1,25% (PETR4), enquanto seu ADR caiu 1,67% na bolsa de Nova York.
A Prio (PRIO3), que vinha com desempenho positivo, passou a cair 0,46%. PetroReconcavo (RECV3) cedeu 1,14% e Brava (BRAV3), 1,03%.
O recuo da commodity pressiona o Ibovespa desde o início do pregão. Às 15h15 que operava com queda de 0,52%, aos 136.320 pontos.
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Tensão comedida e impacto simbólico
Apesar das ameaças, o Goldman Sachs reforça que esse não é o cenário-base. O banco projeta que os preços do Brent devem cair para US$ 60 até o fim do ano, com impacto moderado no crescimento mundial.
Para os analistas, os efeitos colaterais da guerra Irã-Israel tendem a ser limitados, com exposição comercial restrita aos países envolvidos.
Especialistas do mercado reforçam que os ataques recentes do Irã foram mais simbólicos do que efetivos. O país lançou 11 mísseis contra bases americanas no Catar e no Iraque — o mesmo número usado pelos EUA no ataque anterior —, mas sem vítimas confirmadas e com interceptações bem-sucedidas pelos sistemas de defesa locais.