As exportações brasileiras de commodities agrícolas e proteínas animais registraram um desempenho misto na primeira metade de junho, em meio a condições climáticas adversas e oscilações no mercado internacional.
A soja e o milho continuam abaixo do ritmo do ano passado, enquanto carnes e ovos avançam de forma significativa. Além do mercado externo, o frio intenso previsto para os próximos dias preocupa produtores, especialmente de café, milho e boi gordo.
No mercado internacional, o petróleo recuou mais de 7%, com o barril chegando a US$ 70,35 no vencimento mais líquido.
Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, em vídeo publicado no Youtube do Portal, a queda impactou também o óleo e o farelo de soja, pressionando os preços da commodity.
Carne bovina lidera entre commodities
A carne bovina teve crescimento de 25,3% nas exportações diárias em relação a junho do ano passado. A média diária passou de 9.600 para 12.000 toneladas, somando 168 mil toneladas embarcadas até agora. Em junho de 2024, o total foi de 192 mil toneladas.
Já as exportações de carne suína subiram 28,2% na comparação diária, com destaque para o aumento de 4.688 para 6.010 toneladas por dia. Até agora, foram exportadas 84.150 toneladas em junho.
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Frango ainda sente efeitos da gripe aviária, mas exportação de ovos cresce
A carne de frango ainda está em fase de recuperação. Houve queda de 21,6% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é que os embarques voltem a crescer em julho, com a liberação de mercados após o Brasil cumprir os 28 dias sem novos registros da gripe aviária.
Os ovos e derivados registraram alta de 71,5% nas exportações diárias. O volume passou de 3.731 toneladas em junho do ano passado para 4.478 toneladas até agora. O setor também se beneficia do maior uso de milho, insumo essencial na alimentação das aves.
Soja e milho recuam com clima favorecendo os EUA
As exportações de soja caíram 7,6% nos primeiros 14 dias úteis de junho, somando 9 milhões de toneladas — abaixo das 13 milhões do ano passado. O recuo é considerado normal, segundo Gioielli, diante do ritmo de colheita e embarques do início do ano.
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Já o milho, que começou o mês com exportações quase zeradas, vem se recuperando aos poucos. Ainda assim, o volume segue 60% abaixo do registrado no mesmo período de 2024. Por outro lado, as importações do grão cresceram 42%, passando de 49 mil para 69 mil toneladas.
Café sobe com risco de geada
O café arábica teve forte valorização com a previsão de ondas de frio intenso nas regiões produtoras. Há risco de geadas brancas e negras, que podem comprometer a safra de 2025, mesmo com a colheita atual em andamento.
A possibilidade de perdas na próxima safra impulsionou o vencimento de setembro em 3,92% e o de dezembro em 3,22%, segundo dados analisados por Gioielli. A geada negra, causada por ventos frios intensos, pode provocar danos generalizados nas plantações.