O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira (24) que ainda há incerteza sobre os efeitos dos aumentos tarifários e reforçou que diversos cenários estão sendo analisados para o banco central norte-americano conduzir a política monetária.
Durante audiência na Câmara dos Representantes, Powell descreveu a atual do Fed como “prudente” e afirmou que, enquanto a economia seguir forte, a pausa no ciclo de cortes deve ser continuar. O objetivo, reiterou, é levar a inflação de volta à meta de 2% de forma sustentável.
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Apesar da desaceleração recente em alguns segmentos, como o aluguel, a inflação segue acima da meta. O presidente indicou que os dados existentes até poderiam apoiar juros mais neutros, mas o temor de uma alta na inflação adiante justifica a manutenção da taxa.
Ele também confirmou que a “maioria significativa” dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) ainda projeta ao menos um corte de juros neste ano — movimento que alimentou o otimismo nos mercados financeiros.
Tarifa e inflação
Segundo Powell, os impactos das tarifas sobre a inflação ainda são incertos. Ele espera que os efeitos comecem a aparecer com mais clareza nos dados de junho, julho e agosto. Caso não haja repasse ao consumidor final, o Fed poderá considerar que o impacto inflacionário das tarifas é menor do que o previsto.
Para o presidente do Fed, importadores serão os primeiros a sentir os efeitos das tarifas, e parte desses custos pode ser repassada ao consumidor. A incerteza sobre o nível desse repasse, segundo ele, dificulta a tomada de decisões.
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Política fiscal e estabilidade
Powell também voltou a alertar sobre a trajetória insustentável da dívida pública dos Estados Unidos. Ele evitou comentar diretamente as políticas do presidente Donald Trump, mas destacou que a demora em lidar com a questão fiscal pode tornar a solução mais difícil no futuro.
Sobre estabilidade financeira, Powell afirmou que não vê riscos relevantes no momento. Ele citou melhorias no mercado imobiliário comercial e garantiu que o mercado de Treasuries — os títulos da dívida americana — segue funcionando normalmente.