O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), defendeu, nesta quarta-feira (25), maior oferta de crédito, segurança jurídica e logística para o agronegócio brasileiro lidar com a safra recorde.
Durante sua participação em painel no Anbima Summit 2025, promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o parlamentar afirmou ser necessário reduzir a dependência de fatores climáticos, como a chuva, e ampliar os investimentos.
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“Não podemos depender de São Pedro [questões climáticas], precisamos conseguir financiamento para ter um projeto com equipamentos de irrigação. É necessário atrair investidores para o setor”, disse ele.
A declaração foi feita em meio às discussões sobre o novo Plano Safra e os efeitos da Medida Provisória 1303/2025 que propõe a tributação de investimentos no país.
Mais crédito e menos intervenção
Para Lupion, a criação de alternativas privadas de financiamento no setor agropecuário só ocorrerá se houver previsibilidade e menor interferência estatal.
Ele também criticou propostas como a MP que tributa fundos como os Fiagros, afirmando que medidas do tipo afastam o investidor do campo.
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Equalização do Plano Safra
Com a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, Lupion estima que seriam necessários R$ 25 bilhões para a equalização de juros do Plano Safra — o subsídio federal que permite taxas de financiamento mais baixas para produtores rurais. No entanto, ele acredita que o governo deve manter esse valor entre R$ 15 bilhões e R$ 16 bilhões.
Em julho do ano passado, durante o lançamento do Plano Safra 2024/25, a taxa de juros estava em 10,5% e foram anunciados R$ 476,5 bilhões em crédito público e privado. Para este ano, Lupion acredita que serão necessários mais de R$ 500 bilhões.
Logística e armazenagem travam safra recorde
O Brasil se aproxima de um novo recorde com a safra de grãos em 2025/26, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), alcançando 336,05 milhões de toneladas.
Dados da Agroconsult apontam para uma safra de 150 milhões de toneladas de milho, sendo que apenas o estado do Mato Grosso deve produzir mais do que toda a Argentina.
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Apesar do volume, o país ainda sofre com gargalos logísticos e falta de armazenagem. “O Brasil produz, mas não tem como escoar nem estocar essa safra recorde”, alertou Lupion.
Prejuízos causados pela gripe aviária
Outro ponto de preocupação do setor, segundo Lupion, é o avanço dos casos de influenza aviária no Brasil. Ele estima que o prejuízo ao setor de aves pode chegar a R$ 1 bilhão nos próximos meses, mesmo após o fim das restrições sanitárias e embargos comerciais.