O mercado de commodities agrícolas teve uma quinta-feira (26) marcada pela queda para milho e boi gordo na Bolsa de Valores brasileira, a B3. Também desvalorizada, a soja pode ter entrado em um momento negativo ainda mais longo.
Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, apontou que as posições vendidas — ou seja, apostas na queda dos preços — no boi gordo estão gerando retornos positivos na semana.
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Ele destaca que os contratos se aproximam de suportes técnicos importantes, o que pode intensificar o movimento de baixa caso sejam rompidos.
Ao observar os números das principais commodities nesta quinta, o analista destacou a falta de força do café arábica no pregão. Segundo ele, os contratos operaram “de lado” devido à baixa volatilidade. Confira:
Soja pode buscar patamar abaixo de US$ 10
A soja com vencimento em novembro teve um dia de recuo, com destaque para o elevado volume de contratos abertos: cerca de 375 mil. Segundo Gioielli, se o contrato perder força e romper abaixo do suporte, pode cair até o patamar de US$ 9,75 por bushel, o que representaria cerca de US$ 50 por saca.
Essa movimentação reflete o excesso de oferta global, especialmente com os bons níveis de produção na América do Sul. O farelo de soja, importante subproduto usado na ração animal, também caiu com força.
Os contratos de julho foram negociados a US$ 270 por tonelada, enquanto os de dezembro, mais líquidos, ficaram em US$ 287.
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Milho pressionado por produção recorde
O milho também registrou queda. A expectativa é de uma grande colheita no Brasil, com a safra total podendo atingir 150 milhões de toneladas. A demanda segue firme, mas o excesso de oferta nos Estados Unidos e na América do Sul tem pressionado os preços.
Na B3, os contratos de milho com vencimento em dezembro estão em queda, com operadores apostando em vendas futuras. A segunda safra brasileira — chamada de “safrinha” — deve alcançar 16,5 milhões de toneladas, alta de 27% sobre a estimativa anterior, de 13,05 milhões.
A produtividade média esperada é de 5.974 kg por hectare, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná.
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A safra de verão, já colhida, teve produção de 3,02 milhões de toneladas, 17% acima da anterior.
Café arábica segue estável
O mercado de café arábica não apresentou movimentos relevantes. Após uma tendência de alta nos últimos meses, os contratos ficaram estáveis no pregão.
Segundo Gioielli, o volume negociado foi baixo, o que indica uma pausa no ímpeto de compra ou venda no curto prazo.