A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, segundo dados da Pnad Contínua divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio no piso das estimativas do mercado, que projetavam uma taxa entre 6,2% e 6,6%.
Este é o menor nível de desemprego para um trimestre encerrado em maio desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. O número também empata com a taxa registrada no trimestre até dezembro de 2024, ficando atrás apenas dos 6,1% verificados em novembro de 2024.
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Desemprego em queda, emprego formal em alta
O contingente de pessoas ocupadas aumentou em 1,207 milhão no trimestre, somando 103,9 milhões. No acumulado de 12 meses, o avanço foi de 2,5 milhões de pessoas. A população desocupada recuou para 6,83 milhões, com queda de 644 mil pessoas na margem e 955 mil em relação ao ano anterior.
A taxa de participação — proporção de pessoas trabalhando ou procurando emprego — aumentou, e mesmo assim o desemprego caiu, o que reforça o aquecimento do mercado de trabalho. Segundo o economista Maykon Douglas, o movimento foi puxado pelo emprego formal, com retração marginal no número de informais (-0,05%).
Já o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde (39,8 milhões), registrando estabilidade (0,5%) em relação ao trimestre anterior e crescendo 3,7% ante igual trimestre do ano passado.
Massa salarial e renda em alta
A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.457, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2024. Já a massa de rendimentos reais habituais — total pago aos trabalhadores — atingiu R$ 354,6 bilhões, alta de 1,8% em um ano, estabelecendo novo recorde da série histórica.
Na avaliação do IBGE, esse crescimento da massa de rendimentos foi consequência direta do aumento do número de pessoas ocupadas, e não de um aumento no salário médio. “O rendimento médio ficou estável, mas como mais pessoas estão empregadas, o total pago cresceu”, explicou William Kratochwill, analista da pesquisa.
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A massa salarial efetiva (com base em rendimentos de fato recebidos) também bateu novo recorde, com alta de 0,4% no trimestre, refletindo um avanço de 0,2% nos salários reais médios — ambos dados sem ajuste sazonal.
Mercado de trabalho pressiona decisão sobre juros
Com o desemprego em queda, o mercado avalia se o movimento representa uma tendência ou uma oscilação pontual. Para Maykon Douglas, o resultado mais forte indica que a trajetória de resiliência do mercado de trabalho continua, o que pode influenciar o Banco Central a manter a taxa básica de juros (Selic) no patamar atual por mais tempo.
“A combinação de mais empregos formais, salários mais altos e massa salarial recorde são sinais de força na economia, o que pode postergar cortes nos juros”, destacou Douglas.