Em 2025, uma nova legislação alterou o destino dos recursos provenientes de multas de trânsito no Brasil. Agora, parte desse montante pode ser utilizado para custear a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para pessoas de baixa renda inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Essa medida representa uma mudança significativa na forma como o dinheiro arrecadado com infrações é aplicado, buscando ampliar o acesso à habilitação para quem enfrenta dificuldades financeiras.
Anteriormente, a legislação determinava que as verbas arrecadadas com multas de trânsito fossem destinadas exclusivamente a áreas como sinalização, engenharia de tráfego, fiscalização e educação no trânsito. Com a sanção do novo projeto de lei, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os recursos agora podem ser direcionados também para cobrir despesas do processo de formação de condutores, incluindo taxas e custos administrativos.
Quem pode ser beneficiado pelo custeio da CNH?

O benefício é voltado para cidadãos de baixa renda que estejam devidamente cadastrados no CadÚnico. O CadÚnico é um sistema utilizado pelo governo federal para identificar famílias em situação de vulnerabilidade social e facilitar o acesso a programas assistenciais. Dessa forma, a nova lei busca garantir que o processo de habilitação, muitas vezes inacessível devido aos custos, seja uma possibilidade real para esse público.
Como funciona a utilização das multas de trânsito para habilitação?
Com a mudança, os valores arrecadados com multas podem ser aplicados diretamente no pagamento de taxas e demais despesas do processo de obtenção da CNH. Isso inclui etapas como exames médicos, aulas teóricas e práticas, além da emissão do documento. O objetivo é eliminar barreiras financeiras que impedem muitos brasileiros de obter a habilitação, contribuindo para a regularização de condutores e, consequentemente, para a segurança no trânsito.
Quais são as novas regras para transferência de veículos?
Além do custeio da CNH, a legislação trouxe novidades sobre a transferência de propriedade de veículos. Agora, o processo pode ser realizado de forma eletrônica, com contratos de compra e venda assinados digitalmente. As assinaturas devem ser qualificadas ou avançadas, garantindo autenticidade e segurança jurídica. A vistoria de transferência também poderá ser feita em formato eletrônico, conforme critérios estabelecidos pelos órgãos executivos de trânsito estaduais e do Distrito Federal.
- Assinatura eletrônica: O contrato digital precisa ser assinado tanto pelo comprador quanto pelo vendedor, utilizando métodos reconhecidos legalmente.
- Validade nacional: O documento eletrônico terá validade em todo o território brasileiro e deverá ser aceito por todos os órgãos de trânsito estaduais e do Distrito Federal.
- Vistoria digital: A inspeção do veículo poderá ser realizada por meio eletrônico, seguindo normas específicas de cada estado.
Quais impactos essa lei pode trazer para o trânsito brasileiro?
A expectativa é que a medida amplie o número de condutores regularizados, especialmente entre a população de baixa renda. Ao facilitar o acesso à CNH, o governo busca promover inclusão social e contribuir para a redução da informalidade no trânsito. Além disso, a digitalização dos processos de transferência de veículos pode agilizar procedimentos, diminuir burocracias e aumentar a segurança nas transações.
Com a implementação dessas mudanças, o Brasil avança em direção a um sistema de trânsito mais acessível e moderno, alinhando-se às necessidades da população e às tendências de digitalização dos serviços públicos. O acompanhamento dos resultados ao longo dos próximos anos será fundamental para avaliar os efeitos práticos dessas alterações e possíveis ajustes futuros.