O governo federal distribuirá R$ 605 bilhões em crédito rural no Plano Safra 2025/2026 após o anúncio desta terça-feira (1º). Do volume total, R$ 89 bilhões serão destinados à agricultura familiar e R$ 516,2 bilhões para médios e grandes produtores.
O valor supera o da safra passada (R$ 584,5 bilhões) e inclui recursos com e sem subvenção de juros, linhas de investimento, custeio e comercialização.
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) contará com R$ 78,2 bilhões em crédito rural, sendo R$ 43,4 bilhões com juros equalizados, ou seja, com parte dos juros bancada pelo Tesouro Nacional. O valor representa um aumento de 3% em relação ao ciclo anterior.
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Durante o anúncio oficial no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o objetivo é consolidar o Brasil como um “celeiro do mundo”, e destacou que o novo Plano bate recorde em volume de recursos.
“Queremos elevar ao máximo os ganhos que esses recursos podem gerar para empresários, sociedade e para o nosso País”, declarou.
Mais crédito para custeio, menos para investimento
O crédito rural para custeio — usado na compra de insumos e manutenção da produção — subirá de R$ 401,3 bilhões para R$ 414,7 bilhões. Já os recursos para investimento, como aquisição de máquinas e tecnologias, recuarão de R$ 107,3 bilhões para R$ 101,5 bilhões.
A decisão reflete a menor disposição de produtores para investir em um ambiente de juros altos. Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, o que aumenta o custo da equalização e torna este o Plano Safra mais caro dos últimos anos, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
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Participação do BNDES no Plano Safra
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá papel importante no Plano. Serão R$ 18 bilhões em recursos próprios da instituição, dos quais R$ 14,4 bilhões em linhas dolarizadas, com juros entre 8,5% e 9% ao ano, e R$ 3,6 bilhões em linhas em reais.
Esses valores se somam aos financiamentos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundos Constitucionais (FCO, FNO, FNE), Funcafé e linhas com juros livres das instituições financeiras.
Desembolso da safra anterior desacelerou
Até abril deste ano, cerca de R$ 298,6 bilhões foram desembolsados da safra 2024/25 — o equivalente a quase 80% do total previsto.
No entanto, os dois primeiros meses do ciclo apresentaram queda de 40% nos desembolsos, refletindo exigências ambientais mais rigorosas e maior cautela dos produtores.