O dólar à vista fechou em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,42 nesta sexta-feira (4), em sessão marcada por baixa liquidez no mercado global devido ao feriado da Independência dos Estados Unidos. Na semana, a moeda acumula queda de 1,06%.
Durante o pregão, o dólar chegou à máxima de R$ 5,4263, impulsionado pela valorização da moeda americana frente a outras divisas emergentes, com exceção do peso mexicano, em um dia de queda dos preços do petróleo.
No mercado internacional, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas fortes — caía 0,20%, a 98,985 pontos, no fim da tarde.
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Movimento de correção e lucros após queda recente
Segundo operadores, a alta do dólar no Brasil foi motivada principalmente por ajuste de posições e realização de lucros, após forte queda recente que levou o câmbio ao menor nível desde 24 de junho.
“A liquidez está muito baixa, o que deixa o câmbio instável”, avalia Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank. Segundo ela, “a questão do IOF está no radar do mercado e pode trazer volatilidade nos próximos dias, mas não parece estar fazendo preço hoje”..
O contrato de dólar futuro para agosto teve giro fraco, abaixo de US$ 6 bilhões, reforçando o cenário de apatia.
Impasse sobre IOF segue no radar do mercado
O mercado também acompanha os desdobramentos da disputa entre governo e Congresso em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu tanto o decreto presidencial quanto o decreto legislativo que tratavam do tema.
Moraes apontou possível desvio de finalidade no aumento do tributo e convocou audiência de conciliação entre os Poderes para o dia 15 de julho.
Segundo Victor Bastos da Costa, advogado especialista em Direito Tributário e sócio da Andrade GC, a decisão do STF representa um movimento de “dar com uma mão e tirar com a outra”.
Superávit comercial abaixo do esperado
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 5,889 bilhões em junho, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O número ficou abaixo da mediana das estimativas (US$ 6,20 bilhões). No acumulado de 2025, o saldo é positivo em US$ 30,092 bilhões.
O governo reduziu sua estimativa de superávit para o ano de US$ 70,2 bilhões para US$ 50,4 bilhões, devido à menor demanda global e ao aumento das importações com a economia aquecida.