O mercado de fundos de investimento alcançou um patrimônio líquido de R$ 9,9 trilhões em junho de 2025, um crescimento de 9,2% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Atualmente, o setor reúne mais de 40 milhões de contas em 32.521 fundos, sob gestão de 1.059 gestoras. Apesar da expansão no patrimônio, a captação líquida — que considera entradas menos saídas de recursos — registrou queda de R$ 37,8 bilhões no acumulado de 12 meses.
As maiores retiradas líquidas ocorreram nos fundos Multimercados, com perda de R$ 78,9 bilhões. Os fundos de Ações também registraram forte saída, com resgates líquidos de R$ 43,6 bilhões.
A classe de Previdência acumulou saída de R$ 9,6 bilhões, enquanto os fundos Cambiais tiveram a menor retirada: R$ 200 milhões.
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Por outro lado, os fundos de Renda Fixa lideraram a captação líquida positiva, com entrada de R$ 59,4 bilhões. Outras classes com saldo positivo foram:
- FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios): R$ 20,8 bilhões
- FIP (Fundos de Investimento em Participações): R$ 9,9 bilhões
- ETF (Fundos de Índice): R$ 4,4 bilhões
- FIAGRO (Fundos do Agronegócio): R$ 40 milhões
Investimentos do setor público compensam saídas privadas
No recorte por tipo de investidor, o poder público foi o principal responsável pela entrada de recursos no mercado de fundos, com aportes de R$ 38,3 bilhões entre janeiro e maio de 2025.
Em contrapartida, os segmentos Institucional, Pessoa Jurídica e Pessoa Física somaram perdas de R$ 95,9 bilhões em captação líquida no mesmo período.
Crédito privado sofre resgates
O patrimônio da Renda Fixa cresceu 11,1% e chegou a R$ 4 trilhões. No entanto, fundos de Renda Fixa com ativos de crédito privado registraram resgates líquidos de R$ 12,6 bilhões entre janeiro e maio. Mesmo assim, eles seguem representando 13% do patrimônio da indústria de fundos.
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Adequação à nova regulação
Segundo a Anbima, 82% dos fundos já estão adaptados — ou em processo de adaptação — à norma 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atualiza o marco regulatório do setor. Além disso, 62% dos fundos informaram ter permissão para investir em ativos no exterior.