A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) revelou que a maioria dos dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) ainda prevê cortes de juros ainda em 2025. No entanto, houve divergências quanto ao número e ao momento ideal para essas reduções.
Segundo o documento, dois membros do comitê demonstraram disposição para iniciar os cortes já em julho, refletindo uma avaliação mais otimista quanto à trajetória da inflação.
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Por outro lado, alguns dirigentes consideraram que nenhuma redução seria apropriada neste ano, citando a resiliência da economia norte-americana e o fato de a inflação ainda permanecer acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central (BC).
Fed vê taxa de juros “próxima do nível neutro”
Outro ponto relevante destacado na ata é a percepção, compartilhada por diversas autoridades monetárias, de que a taxa de juros atual — mantida entre 5,25% e 5,50% ao ano — pode já estar “não muito distante” de um nível neutro.
A avaliação reforça o argumento de que não há, neste momento, uma necessidade urgente de novos apertos monetários, embora a política siga em território restritivo.
Tarifas e inflação ainda preocupam
A ata também tratou dos impactos das novas tarifas comerciais sobre a inflação. A maioria dos membros do FOMC avaliou que essas pressões inflacionárias induzidas pelas tarifas serão “temporárias e modestas”.
Ainda assim, o comitê reiterou que permanece atento aos efeitos secundários desses custos, especialmente se forem repassados aos preços ao consumidor.
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A avaliação do Fed contrasta com declarações recentes de integrantes do governo norte-americano, que têm minimizado o impacto inflacionário das medidas protecionistas. O tom cauteloso do banco central pode indicar uma postura mais conservadora quanto ao início dos cortes.
Expectativas do mercado: dois cortes até dezembro
As projeções atualizadas dos dirigentes do Fed — apresentadas por meio do gráfico conhecido como dot plot — apontam para a mediana de dois cortes de 0,25 ponto percentual ainda em 2025.
No entanto, as opiniões seguem bastante dispersas: enquanto nove dirigentes projetam um ou nenhum corte este ano, os demais estimam duas ou mais reduções.
Essa fragmentação nas projeções reflete a incerteza no cenário macroeconômico dos Estados Unidos, com inflação ainda resistente em alguns núcleos, mas com o mercado de trabalho dando sinais de desaceleração gradual.