O café teve forte alta no mercado internacional nesta segunda-feira (14), impulsionado pela tensão geopolítica entre Estados Unidos e países alinhados ao BRICS. A commodity subiu 5,43% no dia, em meio a rumores de tarifas punitivas impostas pelos EUA, que poderiam encarecer o produto para o consumidor americano.
Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, a tarifa funciona, na prática, como uma sanção econômica contra países que desafiam a hegemonia do dólar, especialmente após o último encontro do BRICS.
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Mesmo as tarifas fossem reduzidas para 30% — patamar adotado em outras regiões —, o impacto no preço final é inevitável, e o Brasil, maior exportador de café do mundo, segue como fornecedor-chave. A negociação pela redução, no entanto, foi desmentida pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin nesta tarde.
Confira a análise de Guto Gioielli, na íntegra:
Café ganha força técnica, mas alta pode não se sustentar
Graficamente, o café rompeu uma região de lateralização, mas há sinais de que a alta pode ser pontual se não houver sustentação. A commodity atingiu a média de 20 períodos na banda de Bollinger e pode enfrentar realização se não continuar com volume comprador.
O movimento de alta teve força principalmente durante a primeira hora de negociação, com ganho acima de 1.300 pontos no dia.
Sem estoques relevantes em outros países como Vietnã ou Colômbia, o Brasil mantém posição estratégica, e a possível absorção da tarifa pelos americanos manteria a demanda aquecida.
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Milho sobe com dólar e compras pontuais
O milho teve alta com o vencimento de dezembro na bolsa de Chicago subindo 5,75 centavos, para US$ 4,18 por bushel. A alta foi motivada por compras de oportunidade após perdas recentes e pelo cenário cambial — o dólar encerrou o dia a R$ 5,5589, favorecendo exportações brasileiras.
No Brasil, a colheita da safrinha avança, mas segue atrasada: apenas 40% das lavouras do Centro-Sul estavam colhidas, contra 74% no mesmo período do ano passado. As condições climáticas, com chuvas e temperaturas mais elevadas, ajudaram a acelerar o ritmo, mas o atraso ainda preocupa.
Soja segue pressionada e fundos reduzem exposição
A soja continua pressionada no mercado. Os fundos reduziram sua posição líquida comprada de 13.901 para 7 mil contratos até 8 de julho, segundo dados da CFTC. Isso indica menor apetite de alta, e há risco de que passem a atuar na ponta vendedora.
As exportações norte-americanas da soja caíram 63,2% na semana, e os estoques foram revisados para cima, tornando o cenário mais pesado para os preços.
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Boi gordo perde suporte e preocupa produtores
O boi gordo voltou a cair, perdendo um suporte importante na região dos R$ 328 a R$ 330. A mínima do dia ficou em R$ 321. Técnicos apontam que o contrato pode buscar níveis ainda mais baixos se não houver recuperação nas próximas sessões.
No mercado futuro, os contratos com vencimento em outubro (BGIV) e novembro (BGIX) registraram forte movimentação, com mais de 3 mil negócios no vencimento V, sugerindo maior atenção do mercado com o segundo semestre.