A Raízen Energia, subsidiária da Raízen S.A. — joint venture entre Cosan e Shell — decidiu descontinuar por tempo indeterminado as operações da Usina Santa Elisa, localizada em Sertãozinho (SP). A medida faz parte de um plano de reestruturação financeira e operacional do grupo.
Como parte da estratégia, a empresa assinou contratos para a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (entre própria e de terceiros), no valor de R$ 1,045 bilhão.
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O múltiplo implícito da operação é de US$ 53 por tonelada. A transação inclui acordos com diversas usinas, como Alta Mogiana, Bazan, Batatais, São Martinho, Pitangueiras e Viralcool, e ainda depende da aprovação do Cade.
Meta é reduzir endividamento
A decisão está alinhada à meta da Raízen de reduzir a dívida líquida de R$ 34,3 bilhões, registrada ao fim do exercício 2024/25, encerrado em março. O valor representa uma alta de 79% em relação ao ciclo anterior. A alavancagem financeira (relação entre dívida e geração de caixa) da companhia está em 3,2 vezes o Ebitda.
O plano de reestruturação da empresa inclui reciclagem de ativos, simplificação de operações, cortes de despesas e racionalização de investimentos. A Raízen já havia anunciado a venda da Usina de Leme, em Piracicaba (SP), por R$ 425 milhões.
Outras ações incluem a emissão de US$ 750 milhões em notes pela subsidiária Raízen Fuels Finance e a aprovação de um processo de cisão parcial da Raízen S.A., que transferirá parte do patrimônio à Raízen Energia para otimizar estrutura de capital.
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São Martinho amplia base agrícola
Parte dos ativos ligados à Usina Santa Elisa foi adquirida pela São Martinho, que comunicou nesta terça-feira (15) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a operação, estimada em até R$ 242 milhões, sujeita a ajustes.
A compra envolve 10,6 mil hectares de cana, sendo cerca de 80% de produção própria e o restante de terceiros. As áreas ficam a uma média de 25 km da Unidade São Martinho, localizada em Pradópolis (SP).
A estimativa é que a produção alcance 600 mil toneladas na safra 2026/27, com potencial de chegar a 800 mil toneladas a partir de 2028/29. A cana adquirida será processada na própria unidade de Pradópolis, que tem capacidade para moer até 50 mil toneladas por dia.
Para viabilizar a transação, a Raízen irá transferir os contratos das áreas de cultivo para uma nova sociedade (Newco), que será incorporada pela São Martinho.