O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, ampliou a sequência negativa com o sétimo pregão consecutivo em queda nesta terça-feira (14) e agora os investidores reagirão à abertura de investigação comercial dos Estados Unidos contra o Brasil, o que pode pesar no índice nesta quarta-feira (15).
Ontem, a queda de 0,04%, aos 135.250 pontos, foi influenciada pela cautela dos investidores diante da audiência de conciliação entre governo e Congresso sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mediada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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No mercado internacional, a surpresa vem da decisão de Donald Trump ontem a noite, mandando investigar as práticas comerciais “injustas” do Brasil. Em comunicado, o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) informou o início da investigação contra o Brasil, nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio de 1974.
No documento, a USTR afirmou — sem provas para justificar — que “tem documentado as práticas comerciais desleais do Brasil que restringem o acesso de exportadores americanos ao seu mercado ha décadas”.
A investigação vem na esteira das tarifas de 50% sobre exportações brasileiras anunciadas na última quarta-feira (9). Entre as investigações estão: comércio digital e serviços de pagamento eletrônico; tarifas injustas e preferenciais; e aplicação contra a corrupção.
No Brasil, o governo segue buscando alternativas para adiar as tarifas ou extingui-las. Em reuniões com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, representantes da indústria e do agronegócio defendem o adiamento e negociações antes de anunciar contramedidas, enquanto o governo espera resolver tudo até 31 de julho.
Enquanto isso, novas pesquisas de popularidade da Genial/Quaest mostram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou novos pontos após tarifaço e diminuiu a distância entre aprovação e desaprovação de 17 para 10 pontos percentuais.
Lula agora é aprovado por 43% (ante 40%) e reprovado por 53% (ante 57% na pesquisa anterior).
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Manchetes desta manhã
- Brasil quer reabrir diálogo sobre tarifas e pode pedir prazo maior (Valor Econômico)
- Receita vai fiscalizar bets, ganhos com Airbnb e uso de prejuízo fiscal (Valor Econômico)
- Genial/Quaest: Após tarifa de Trump e taxação de super-ricos, Lula reverte queda na popularidade (O Globo)
- EUA reclamam de Pix e de pirataria e falam até da 25 de Março em investigação (Folha de S.Paulo)
- Lula deve vetar a proposta de lei que eleva número de deputados na Câmara; prazo termina hoje (Folha de S.Paulo)
Mercado global
As Bolsas da Europa operam sem direção única nesta manhã, após dados da balança comercial e com tarifas no radar, somente o índice Stoxx 600 e o CAC 40, de Paris, registravam queda.
As demais operações estão no terreno positivo após dados que mostraram superávit comercial melhor este ano do que em 2024. Em Londres, onde a inflação ficou levemente acima do esperado segundo dados divulgados hoje, o FTSE 100 opera em alta de 0,16%.
Na Ásia, a maioria das bolsas terminou o dia no terreno negativo, mas próximas da estabilidade. Não houve nenhum indicador econômico que pudesse justificar o resultado, apenas alguns movimentos concentrados em setores de tecnologias. A única bolsa positiva foi a de Taiwan, onde o Taiex subiu 0,91%.
Em Nova York, os índices futuros também operam em terreno misto, com destaque para o Dow Jones futuro, único que sobe nesta manhã (+0,24%). O mercado reage ainda aos dados de inflação divulgados ontem, que pressionaram o Federal Reserve por um corte nos juros — mas que o mercado precifica apenas para setembro.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro: -0,04%
- FTSE 100: +0,31%
- CAC 40: -0,02%
- Nikkei 225: -0,07%
- Hang Seng: -0,29%
- Shanghai SE Comp. -0,03%
- MSCI EM: -0,18%
- Bitcoin: +1,01%, a US$ 118.894
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Commodities
- Petróleo cai com investidores olhando consumo mais forte da China: Brent/setembro cai 0,32%, a US$ 68,49 por barril na ICE, enquanto o WTI/agosto cai 0,39%, a US$ 66,26 por barril na Nymex
- Minério de ferro fecha em alta de 1,05% em Dalian na China, cotado a US$ 107,67/ton. Em Singapura, os contratos futuros sobem 1,01%, cotados a US$ 99,95/ton. No mercado à vista, opera em queda de 1,21%, cotado a US$ 98/ton
Cenário internacional
Nos EUA, a maior parte da atenção está na agenda econômica, com os investidores aguardando por dados como PPI, produção industrial, Livro Bege, além de novos discursos de Fed boys e mais balanços de bancos.
Os próximos passos das tarifas também são esperados, com Trump indicando que notificará em breve países menores, de que eles enfrentarão tarifas um pouco maiores que 10%.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda segue esvaziada de dados e concentra as discussões no ambiente político e fiscal. Além das repercussões da investigação iniciada pelos Estados Unidos, o mercado espera por novas definições quanto ao IOF, antes dos parlamentares entrarem em recesso.
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Destaques no mercado corporativo
- Transpetro (subsidiária da Petrobras): Terá de pagar R$ 24,5 milhões por vazamento de petróleo ocorrido em Angra dos Reis em 2015.
- GPA (PCAR3): Investidores André, Alex, Fábio, Henrique e Helton Coelho Diniz elevaram participação conjunta nas ações ordinárias para 17,7%, ante 10% em maio.
- BRB (BSLI3/BSLI4): Contratou o BTG Pactual Investment Banking e o escritório Demarest para assessoria financeira e jurídica no âmbito do Projeto Securities.
- Rumo (RAIL3): Citi reduziu o preço-alvo da ação de R$ 20,00 para R$ 19,50 e manteve recomendação neutra, prevendo possível enfraquecimento nos resultados do 2TRI.
- Eneva (ENEV3): Geração bruta de energia no 2TRI25 foi de 1.872 GWh, aumento de 120% em relação ao 2TRI24.
- Aura Minerals (AURA33): Confirmou precificação de IPO na Nasdaq, com emissão de 8.100.510 ações ordinárias a US$ 24,25 cada, levantando US$ 200 milhões.