O dólar fechou esta quinta-feira (17) em baixa de 0,26% frente ao real, a R$ 5,55. A moeda americana chegou a superar os R$ 5,60 pela manhã, acompanhando o fortalecimento global do dólar, mas perdeu força nas últimas horas de negociação.
Segundo operadores de câmbio, o mercado vive um momento de ausência de gatilhos relevantes que possam gerar movimentos mais fortes. Após iniciar julho perto de R$ 5,40, o dólar subiu mais de 2% até alcançar a faixa de R$ 5,55 nos últimos dias.
Investidores aproveitaram a alta para realizar lucros e reforçar posições defensivas, especialmente diante da escalada das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, com o anúncio de tarifas por parte do presidente Donald Trump.
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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restabeleceu a elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — exceto para operações com risco sacado — teve impacto neutro nas negociações.
Real ganha força com petróleo e bolsas
A valorização do real ao longo da tarde foi atribuída a ajustes em um ambiente de baixa liquidez. A alta do petróleo e a melhora no apetite ao risco global, com bolsas em Nova York atingindo novas máximas e o Ibovespa virando para o positivo, também contribuíram.
O contrato futuro de dólar para agosto registrou volume financeiro fraco, abaixo de US$ 10 bilhões, indicando baixa movimentação no mercado.
Lula fala em resposta a Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à CNN Internacional, que dará a “resposta certa” a Trump “no momento certo”. Em evento em Goiânia, Lula indicou que o governo pretende cobrar impostos de empresas digitais americanas, mas não detalhou a medida.
Lula fará um pronunciamento em rede nacional às 20h30 desta quinta-feira.
Dólar no exterior e juros nos EUA
O índice DXY — que mede o dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — subia cerca de 0,20% no fim da tarde, próximo dos 98,600 pontos, após ter atingido a máxima de 98,950 pontos durante o dia.
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Nos Estados Unidos, as vendas no varejo subiram 0,6% em junho ante maio, acima das projeções. No entanto, a abertura dos dados sugere um enfraquecimento do consumo.
Dirigentes do Federal Reserve (Fed) divergiram sobre os próximos passos da política monetária. Mary Daly, do Fed de São Francisco, considerou dois cortes de juros ainda neste ano como uma “perspectiva razoável”. Já Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, mostrou ceticismo, citando as incertezas geradas pelas tarifas de Trump.
De acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group, a chance de um corte de juros em setembro caiu de 65% na semana passada para pouco mais de 52% nesta quinta.