As ações da Fleury (FLRY3) disparam 15,28% nesta segunda-feira (21), cotadas a R$ 14,56, após os rumores de que a Rede D’Or (RDOR3) estaria em conversas com acionistas da companhia para uma possível aquisição.
A valorização ocorre mesmo com as empresas negando, em comunicados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a existência de qualquer decisão, proposta ou documento assinado. Ainda assim, as companhias afirmaram que avaliam constantemente oportunidades de negócios.
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A Rede D’Or declarou que estuda aquisições e combinações como parte de sua estratégia de crescimento. O Fleury, por sua vez, afirmou que busca se posicionar para aproveitar oportunidades compatíveis com seus planos de investimento.
Segundo informações do jornal O Globo e do Brazil Journal, a Rede D’Or teria iniciado tratativas com acionistas relevantes da Fleury, como a Bradesco Seguros, que detém 24,9% da empresa, e o grupo de médicos que possui 11,3%.
Possível fusão no setor de saúde
Com valor de mercado de R$ 75,3 bilhões, a Rede D’Or estuda expandir suas operações no setor de saúde e diagnosticar uma combinação com o Fleury — que, após adquirir a Hermes Pardini, disputa com a Dasa a liderança em medicina diagnóstica no país.
A Fleury vale hoje cerca de R$ 7 bilhões na B3, mas com um prêmio de controle de 30%, o negócio poderia alcançar os R$ 10 bilhões.
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A Rede D’Or já havia tentado adquirir a Alliança (ex-Alliar), sem sucesso. Caso a nova operação avance, a empresa passaria a integrar hospitais, uma seguradora (SulAmérica) e uma rede de diagnósticos, em linha com a tendência de verticalização no setor de saúde.
Bancos veem sinergias e espaço para integração entre Fleury e Rede D’Or
O Goldman Sachs considera que a fusão tem mérito estratégico. Em relatório, o banco afirmou que a Rede D’Or poderia ampliar sua presença ao longo da jornada do paciente — do atendimento primário ao hospitalar — e reduzir custos, especialmente com compras e despesas administrativas.
O Goldman avalia que a estrutura de capital de ambas permite a operação, mesmo se for feita integralmente em dinheiro.
O BTG Pactual também vê a aquisição como estratégica, ampliando o mercado endereçável da Rede D’Or e possibilitando maior captação de pacientes. Segundo os analistas do banco, a Fleury deve ser negociada com prêmio e tem atratividade mesmo antes de qualquer movimento de fusão.
O Citi concorda com a avaliação de que a união seria complementar, reforçando a posição da Rede D’Or em diagnósticos — área que representa cerca de 20% dos sinistros médicos no setor de saúde suplementar.
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Potencial de impacto no setor
Embora o valor de mercado da Fleury represente menos de 10% da capitalização da Rede D’Or, analistas apontam que a operação poderia acelerar o processo de integração entre diferentes níveis da cadeia de saúde e aumentar o poder de barganha com fornecedores e operadoras.
Ainda assim, o BTG pondera que as sinergias sozinhas não devem causar grande impacto patrimonial imediato para a Rede D’Or.
As ações da Rede D’Or (RDOR3), por sua vez, operavam com variação modesta nesta segunda-feira, subindo 1,28%, cotadas a R$ 33,31. O papel segue como principal recomendação do BTG no setor de saúde. A recomendação para Fleury também permanece positiva.