O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) esteve recentemente no centro de uma apuração que trouxe à tona falhas no processo de pagamentos de benefícios previdenciários. Órgãos de controle identificaram repasses que chegaram ao montante de 2,3 milhões de reais destinados a pessoas já falecidas ou a indivíduos classificados como beneficiários “fantasmas“. O caso expôs vulnerabilidades importantes nos sistemas de verificação de dados utilizados pelo órgão público, levantando um debate sobre a eficiência das atuais estratégias de fiscalização.
Segundo informações reveladas por fontes oficiais no início de 2025, grande parte desse valor foi encaminhada sem a devida checagem, o que dificultou a identificação precoce das irregularidades. A ausência de cruzamento eficaz entre as bases de dados do INSS e os registros civis, por exemplo, foi um dos fatores apontados como determinante para a ocorrência de pagamentos inadequados. A investigação revelou que a integração dos sistemas de informação ainda representa um desafio para a administração pública.
Como foram descobertos os pagamentos indevidos do INSS?

O levantamento dos pagamentos irregulares foi realizado por órgãos de controle em colaboração com o Tribunal de Contas da União (TCU). Para identificar os casos suspeitos, foi feito um minucioso cruzamento das informações internas do INSS com bases externas, incluindo registros de certidões de óbito.
Este processo permitiu detectar situações em que os benefícios continuaram sendo depositados mesmo após o falecimento dos titulares ou quando as pessoas sequer existiam nos bancos de dados civis. O trabalho investigativo reforça a importância da integração tecnológica entre diferentes órgãos públicos para evitar fraudes e erros administrativos.
Quais medidas foram determinadas pelas autoridades para solucionar o problema?
Após a constatação dos pagamentos inadequados, o TCU determinou a devolução dos valores indevidamente repassados aos cofres públicos. Além disso, exigiu-se a apuração rigorosa das responsabilidades, incluindo possíveis sanções administrativas para servidores envolvidos diretamente nos repasses irregulares. O tribunal também emitiu recomendações para o fortalecimento dos mecanismos de controle do INSS com o objetivo de evitar novas ocorrências. Entre as ações recomendadas, destaca-se:
- Aprimoramento no cruzamento de informações com registros civis;
- Desenvolvimento de sistemas de alerta automáticos para pagamentos divergentes;
- Capacitação dos servidores para identificar situações atípicas;
- Revisão periódica das listas de beneficiários ativos.
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Por que o cruzamento de dados é essencial para evitar prejuízos aos cofres públicos?
O fortalecimento do cruzamento de informações apresenta-se como uma das principais estratégias para coibir fraudes e proteger recursos da previdência social. A integração automática entre os registros do INSS e dados civis, como certidões de óbito, pode prevenir situações em que pagamentos continuem sendo efetuados a destinatários inexistentes. Além de evitar prejuízos financeiros, esse controle contribui para a credibilidade do sistema previdenciário e o uso adequado dos recursos públicos.
O episódio envolvendo o pagamento a beneficiários “fantasmas” destaca desafios históricos enfrentados pelos órgãos previdenciários no Brasil. A constante modernização dos sistemas de análise e a atuação em rede com outros setores do governo são elementos fundamentais para que falhas semelhantes sejam evitadas. O reforço das políticas de transparência e auditoria permanece como pauta prioritária nas discussões que envolvem a administração de direitos e benefícios sociais no país.