As commodities agrícolas iniciaram a semana em queda nesta segunda-feira (21), com destaque para o forte recuo no café (mais de 3,5%) e no boi gordo. A perda de força do café tipo arábica ocorreu depois da produção seguir abaixo do esperado e levou os contratos de setembro a serem negociados a US$ 292.
A análise é de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, que avaliou os movimentos do mercado, indicando que a colheita já chegou a 70% no Brasil, o volume do arábica é menor do que no ano passado e inferior às expectativas, levantando a hipótese de recuperação dos preços a depender de fatores técnicos.
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Confira a análise na íntegra abaixo:
Café em queda técnica
Gioielli aponta que o movimento atual pode estar formando um “pivô” de alta — padrão gráfico que indica uma correção antes de uma possível retomada da valorização. Mesmo assim, o recuo do café foi expressivo e preocupa produtores e investidores.
O Robusta (Conilon) também caiu, com perda de 4,6%, impactado principalmente por questões relacionadas às tarifas internacionais, que têm pressionado os preços.
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Boi gordo pressiona com excesso de oferta
No mercado do boi gordo, o dia também foi de pressão. Vários contratos foram vendidos e, segundo o analista, não há sinal de alívio imediato para a situação. A falta de compradores e a demanda reprimida ajudam a manter os preços em baixa, mesmo com a exportação de carnes registrando bom desempenho.
Gioielli comenta que mesmo um recuo técnico pode levar o boi a testar patamares abaixo de R$ 307 por arroba. Ainda assim, o valor atual permanece superior ao registrado no início da pandemia.
Exportações sustentam expectativa
Apesar do cenário negativo nos preços, o ritmo de exportações ajuda a aliviar parte da pressão. A carne bovina teve alta de 19,6% nos embarques diários em comparação ao ano anterior, enquanto as exportações de carne de frango melhoraram após o fim de embargos de alguns países.
A soja também teve leve aumento no ritmo, com avanço de 8,6% nas exportações diárias. A expectativa é de que o Brasil possa superar os 11,2 milhões de toneladas exportadas em julho, já tendo alcançado 7,4 milhões até agora.
Já o milho, que chegou a apresentar queda de 80% nas exportações em relação ao ano passado, agora mostra melhora, com redução da perda para 58,4%.
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Petróleo, tarifas e tensão geopolítica
Outro fator que contribui para o movimento das commodities é a queda do petróleo. Gioielli explica que o preço do petróleo vem cedendo nos últimos dias devido ao risco de novas sanções contra a Rússia.
Segundo ele, os Estados Unidos e aliados na Europa estudam taxações severas, que poderiam impactar os compradores dos produtos russos. Essas ações visam pressionar financeiramente o governo Putin, mas também podem afetar o crescimento econômico global.