Um erro no cruzamento de dados entre sistemas públicos fez a União pagar R$ 4,4 bilhões a mais de 275 mil pessoas mortas entre 2016 e 2025, mostra auditoria inédita do Tribunal de Contas da União (TCU).
No último mês de auditoria realizado, em fevereiro de 2025, houve um pagamento de R$ 21,2 milhões a mais de 11 mil pessoas falecidas.
Do total pago indevidamente, 91% referem-se a benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, mostrou reportagem do jornal Valor Econômico. Também foram identificados repasses em programas como Bolsa Família, além de pagamentos a servidores ativos, inativos e pensionistas.
O problema foi descoberto com a verificação da base do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), responsável pelos registros de óbitos no Brasil, no qual o TCU constatou atrasos e ausências de registros no sistema.
Segundo o órgão, estima-se que 13,1 milhões de mortos não estão na base de dados — o que dificultaria bloqueios nos pagamentos automáticos.
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Para resolver o caso, o tribunal determinou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) convoque os beneficiários para realizar prova de vida. Caso não haja comprovação, os pagamentos deverão ser suspensos imediatamente.
De acordo com o ministro do TCU Bruno Dantas, “a auditoria demonstra o absoluto descontrole que existe sobre o banco de dados de pessoas mortas no Brasil”. Ele também afirmou que os são “alarmantes e escandalosos”.