Os preços do milho avançaram no mercado nesta quinta-feira (24), impulsionados por dados fortes de exportação e pela alta do petróleo, que favorece a produção de etanol nos Estados Unidos.
Segundo análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou vendas semanais de 1,377 milhão de toneladas de milho, número acima das estimativas do mercado, que variavam entre 500 mil e 1,4 milhão de toneladas. Confira na íntegra:
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Etanol e petróleo influenciam o milho
Parte significativa da produção de milho nos EUA — cerca de um terço — é destinada à fabricação de etanol. Com a valorização do petróleo, cresce a atratividade do biocombustível, o que acaba por sustentar os preços do grão.
Além disso, uma recuperação técnica após quedas recentes também contribuiu para o movimento de alta no mercado futuro. Apesar da ausência de compras da China, outros destinos garantiram o volume relevante das exportações.
Café reage com clima e câmbio no foco
O mercado do café também teve destaque, com a variedade arábica retomando fôlego após dois dias de correção. A alta foi impulsionada por preocupações com o clima no Brasil — especialmente com previsões de frio intenso para agosto — e pelo câmbio.
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Na visão de Gioielli, as tarifas de importação nos EUA e a possibilidade de valorização do dólar frente ao real podem encarecer o produto brasileiro lá fora e influenciar diretamente as negociações.
Ao mesmo tempo, uma queda do dólar no futuro, se confirmada, poderia tornar o café brasileiro mais competitivo e atrair novas compras externas.
Já o café robusta teve leve recuperação no dia, mas ainda opera em tendência de queda. Gioielli destacou que o Portal das Commodities está em fase de estruturação para monitorar o robusta com mais precisão, com o apoio de novas ferramentas integradas à bolsa CME.
Soja sobe com suporte do óleo
Os contratos futuros da soja encerraram o dia em alta em Chicago, mesmo com vendas americanas abaixo das expectativas — 399,7 mil toneladas, abaixo do piso das projeções de 400 mil toneladas.
O principal suporte veio do óleo de soja, que acompanhou a alta do petróleo e ajudou a segurar os preços. A recuperação técnica, após três sessões consecutivas de baixa, também teve peso.
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Enquanto isso, o farelo de soja teve recuo nos preços, cotado a US$ 269 para dezembro, com queda de US$ 2,40 no dia. Gioielli comentou que, apesar de ser um dos insumos mais utilizados na alimentação de gado, o farelo ainda enfrenta pressão negativa.
Apesar das reações positivas do milho e da soja no curto prazo, o cenário climático nos Estados Unidos permanece favorável ao desenvolvimento das lavouras. Segundo o analista, apenas 9% da área de milho e 8% da de soja apresentam alguma condição de seca, o que pode manter a pressão de oferta nos próximos meses.