A Usiminas (USIM5) registrou lucro líquido de R$ 127,6 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 100 milhões apurado no mesmo período do ano anterior. Apesar disso, o resultado representa uma queda de 62% na comparação com o primeiro trimestre, quando a companhia lucrou R$ 337 milhões.
O lucro, no entanto, superou a estimativa dos analistas, que projetavam R$ 86,57 milhões para o período.
Um dos destaques do trimestre foi o fluxo de caixa livre positivo de R$ 281 milhões, revertendo o consumo de R$ 431 milhões no trimestre anterior. O desempenho contribuiu diretamente para a redução da alavancagem e da dívida líquida da companhia.
Às 11h (horário de Brasília), as ações USIM5 caíam 2,80%, negociadas a R$ 4,16.
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Desempenho operacional e receita da Usiminas
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), indicador utilizado para medir o desempenho operacional da empresa, foi de R$ 408 milhões no segundo trimestre, representando uma queda de 44% em relação ao trimestre anterior, mas aumento de 65% sobre o segundo trimestre de 2024.
A margem Ebitda ajustada foi de 6% entre abril e junho, ante 11% no primeiro timestre. Em relação ao mesmo período de 2024, houve alta de 2,3 pontos percentuais.
A receita líquida totalizou R$ 6,6 bilhões no trimestre, com recuo de 3% frente ao primeiro trimestre do ano e crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2024.
Desempenho das vendas de aço e minério
O volume de vendas de aço ficou em 1,08 milhão de toneladas, praticamente estável na comparação trimestral (-1%) e com alta de 4% sobre o 2T24.
Já o volume de venda de minério de ferro atingiu 2,46 milhões de toneladas, com aumento de 11% em relação ao primeiro trimestre e avanço de 22% na base anual.
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Dívida e resultado financeiro da Usiminas
A dívida líquida da Usiminas era de R$ 1,046 bilhão ao fim de junho, alta de 5% em relação ao segundo trimestre de 2024. Na comparação trimestral, houve queda de 24%, o que reflete melhora no fluxo de caixa livre.
O indicador de alavancagem financeira (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) caiu para 0,50 vez, contra 0,71 vez no primeiro trimestre e 0,79 vez em junho do ano anterior, representando uma queda de 0,29 ponto percentual em 12 meses.
Já o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 56 milhões, valor 72% inferior às perdas registradas no mesmo intervalo de 2024.
Usiminas atualiza projeções de investimentos
A Usiminas atualizou suas projeções de investimentos (CAPEX) para este ano, estimando entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão no total . A nova faixa representa uma reavaliação da estratégia de investimentos da companhia frente ao cenário econômico e à geração de caixa.
Além disso, o Conselho de Administração aprovou a modernização e reconstrução parcial da Bateria 4 da Coqueria 2, na usina de Ipatinga. O projeto, denominado “Pad-up”, visa aumentar a capacidade de produção de coque e gás de coqueria, com o objetivo de reduzir a dependência de fornecedores externos.
O investimento total no projeto será de aproximadamente R$ 1,7 bilhão, distribuído ao longo de quatro anos. Cerca de R$ 80 milhões devem ser aplicados em 2026, com o restante dos recursos sendo investido até 2029, quando a nova bateria deverá entrar em operação.
Segundo a Usiminas, as projeções refletem as expectativas atuais da administração e podem sofrer alterações conforme as condições de mercado.
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Cenário macroeconômico e perspectivas
A Usiminas informou que segue monitorando os impactos das importações de aço em condições desleais, além das incertezas no cenário macroeconômico, como juros elevados e volatilidade nas relações comerciais globais.
A companhia também destacou que os anúncios recentes do governo dos Estados Unidos sobre o aumento de tarifas para exportações brasileiras devem afetar “diversos setores da economia”. Embora as exportações diretas da Usiminas para o mercado norte-americano tenham pouca representatividade, os efeitos indiretos sobre a cadeia industrial brasileira, especialmente sobre os clientes exportadores, são considerados um ponto de atenção.
A empresa apontou ainda o crescimento das importações de aço como principal fator de pressão no mercado interno. De acordo com dados do Instituto Aço Brasil, o volume importado no trimestre foi de 1,2 milhão de toneladas, configurando um recorde.
Para o terceiro trimestre, a companhia espera estabilidade nos volumes da siderurgia e queda na receita líquida por tonelada. Por outro lado, há expectativa de redução no custo do produto vendido, impulsionada pela queda no preço das matérias-primas e por ganhos de eficiência operacional. Com isso, a administração prevê melhoria nas margens e no Ebitda da Siderurgia.