Cada vez mais investidores e consultorias financeiras despertos pelas oportunidades de diversificação internacional partem para os Estados Unidos para inovar a partir de produtos que vão de ações e fundos a títulos públicos americanos.
Batizada de Avenue Fund Hub, a infraestrutura criada pela Avenue permite que gestores brasileiros criem e vendam produtos de gestão de ativos offshore para o investidor que já entende a importância de dolarizar os investimentos, abrindo um novo potencial de receitas para os gestores brasileiros.
Hoje, na alocação da Avenue, um terço do que é captado vai para fundos, geralmente ligados a gestores já conhecidos do investidor brasileiro.
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Em entrevista ao Monitor do Mercado, Lucas Santos, Head of Funds na Avenue, pioneira em investimentos globais para brasileiros, fala sobre investimentos em fundos nos Estados Unidos e as principais características em relação ao mercado brasileiro.
Lucas Santos explica que nos Estados Unidos há uma tendência bem parecida com a que vemos no Brasil, de renda fixa, que acaba sendo um passo natural do investidor quando vai para fora.
“O brasileiro tem um viés maior por conta das taxas maiores daqui do Brasil, então quando vai para fora, acaba olhando também para ativos de renda fixa. Quando pega algo em torno de 5% em dólar, gera uma atratividade maior e um conforto também para começar no conceito de dolarizar”, explica.
Leia a entrevista na íntegra:
Monitor do Mercado: Como é o apetite do brasileiro pelos fundos nos Estados Unidos?
Lucas Santos: Cada vez mais o brasileiro tem investido no setor e naturalmente vai nos grandes produtos. Começa com renda variável, com a tendência a errar e gradualmente vai sofisticando a base de oferta. Vem aumentando a demanda em outros produtos, como ETFs, fundos e no caso de fundos, tem sido um dos produtos mais procurados nos últimos anos.
MM: Por que investir em fundos dos EUA? Qual é o atrativo?
LS: Pela diversificação. Quando acessamos o mercado de ações, nos ligamos a uma moeda forte, que gera um conforto, a estabilidade ali do investidor. Isso faz parte do componente de diversificação: no longo prazo gera uma rentabilidade maior. O mercado brasileiro é diversificado, mas também tem essa possibilidade de ir lá fora e acessar produtos em dólar, de investir em mercados da Ásia, na China, na Europa, diversos setores, mas dolarizando. É disso que os investidores acabam gostando bastante, da diversificação.
E também tem a preocupação com a carteira; muitos clientes hoje, ao invés de escolher um ativo específico, escolhem um fundo que tem uma carteira diversificada, que gera uma carteira melhor, não somente em relação à moeda, mas ao portfólio em si.
MM: O que atrai o investidor para os fundos, além da diversificação?
LS: O mesmo investidor que busca uma ação individual, não aloca todo seu componente da carteira ali e faz uma alocação maior, mais estruturada. A gente diz que ele não vai fazer uma restritiva com o processo, porque não vai dar um apoio para ele, que está montando uma carteira diversificada? Com um volume mais eficiente, há um retorno maior para o cliente.
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MM: Como se diferenciam os perfis dos investidores do Brasil e dos EUA?
LS: Aqui o brasileiro está aprendendo a investir no longo prazo, olhar no longo prazo, enquanto nos Estados Unidos já se tem essa consciência. Eu acho que muito por questão da natureza e da bolsa. Tanto que muitos brasileiros buscando investir lá fora olham a renda fixa num primeiro plano, mas gradualmente buscam outros ativos.
MM: A dupla listagem nos EUA pode atrair mais brasileiros para ações locais?
LS: Com certeza. Cada vez mais o exterior tem visto o lado positivo do Brasil. Várias empresas da América Latina têm a capacidade de trazer riqueza e benefício para o país.
Ir para fora não só ajuda o brasileiro, ajuda a criar mais riqueza no local. Ir para a bolsa americana é um benefício para os dois, empresas e investidores. Às vezes o brasileiro não sabe investir nessas empresas, mas lá fora ele sente conforto, pensando nas oportunidades do mercado americano. Então, acho que só fortalece mais ainda o país como todo.
MM: Por que os fundos americanos não são tão populares no Brasil?
LS: Esse cenário se volta muito para a parte educacional, à falta de divulgação e educação financeira. Dando essa visibilidade que vem sendo feita por meio de eventos, mostramos o conceito que tem por trás, que dá para investir, a facilidade que é, os benefícios que traz investir em dólar.
MM: Por que a Avenue recomendaria um fundo americano em vez de uma ação local?
LS: Isso está relacionado ao perfil do investidor. Se ele busca um ativo individual ou se quer diversificar a carteira com outras categorias de investimentos. É caso a caso, difícil segregar um por um, mas é muito do que o cliente está buscando, como ele quer investir no exterior.
MM: Nos Estados Unidos também há oferta de fundos para diferentes perfis de risco?
LS: 100%. A gente tem uma grade bem ampla com 600 produtos. Tem de todos os produtos, tanto para um perfil mais conservador quanto para um gestor mais agressivo. Então tem uma grade completa que abrange todo tipo de investidor.
MM: Quais são os fundos mais procurados pelos brasileiros?
LS: É muito investimento de renda fixa, tem o conforto em relação ao tempo no setor imobiliário, que é o que ele compra aqui no Brasil.
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MM: Como a Avenue avalia os riscos ligados à geopolítica e ao mercado brasileiro?
LS: Essa incerteza do mercado local especificamente acaba até ajudando a acelerar mais ainda esse movimento de investir em ativos americanos. Cada vez mais o gestor vê essa volatilidade por trás da moeda local, essa incerteza que tem do dia para noite, das mudanças que podem ser feitas e busca segurança numa moeda com a qual se sinta confortável para proteger seu patrimônio, que é o dólar.