O dólar à vista fechou em alta de 0,76% nesta sexta-feira (25), cotado a R$ 5,5619, pressionado pelo aumento das tensões em torno das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos.
A máxima do dia foi registrada logo após reportagem da Bloomberg revelar que a Casa Branca prepara uma declaração de emergência para viabilizar juridicamente a medida.
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Segundo a agência, a justificativa será necessária porque os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil, diferente dos demais países alvos das tarifas já anunciadas, que mantêm déficit com os americanos. A medida deve ser formalizada por meio de uma ordem executiva do governo Trump, segundo fontes do Broadcast.
Mercado pressiona o real e valoriza o dólar no exterior
A ausência de sinais claros de diálogo entre o governo brasileiro e Washington agrava a incerteza. A moeda americana acumulou queda de 0,46% na semana, mas já sobe 2,35% no mês de julho. No ano, ainda recua cerca de 10% ante o real.
No exterior, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas fortes — subiu 0,32%, a 97,688 pontos. O dólar também ganhou força frente ao iene (147,59 ienes por dólar) e à libra (queda de 0,57%, a US$ 1,3432), enquanto teve leve oscilação ante o euro (queda de 0,09%, a US$ 1,1740).
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Cenário doméstico desfavorável
Além do risco tarifário, o real foi pressionado por dados econômicos internos. O setor externo brasileiro registrou déficit de US$ 5,1 bilhões em junho, acima das expectativas de mercado.
Com isso, o déficit em conta corrente superou o volume de Investimento Direto no País (IDP) no acumulado de 12 meses — um sinal de menor cobertura das necessidades externas do país.
No campo inflacionário, o IPCA-15 de julho subiu 0,33%, acima da projeção de 0,31%. Com isso, a AZ Quest revisou para cima sua expectativa para o IPCA fechado do mês, de 0,37% para 0,39%. A surpresa veio principalmente de passagens aéreas e itens de higiene pessoal.
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Expectativa por possível acordo com UE
Enquanto o cenário com o Brasil permanece incerto, investidores acompanham as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, tem encontro marcado com Donald Trump neste domingo (27), o que pode destravar um novo pacto tarifário.
Segundo o especialista Bruno Shahini, da Nomad, “a cautela persiste até que haja uma definição clara no quadro comercial entre Brasil e EUA”. O fortalecimento global do dólar, somado à instabilidade no comércio exterior, manteve o real como o ativo de pior desempenho do dia no mercado doméstico.