O acordo entre União Europeia e Estados Unidos para fixar as tarifas comerciais em 15% sobre a maioria dos produtos europeus exportados aos EUA, isolam o Brasil na atual conjuntura e ampliam os ares de sanção, segundo o economista André Perfeito.
“O Brasil está definitivamente isolado e as tarifas ganham ares de sanção que buscam restabelecer a América como quintal dos EUA”, afirma o economista.
Anunciado neste domingo (27), o acordo assinado entre Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, incluem veículos, semicondutores e fármacos e substitui a alíquota de 30% inicialmente prevista.
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Além da tarifa, a UE se comprometeu a comprar US$ 750 bilhões em energia americana ao longo de três anos e aumentar os investimentos nos EUA em US$ 600 bilhões.
Também está prevista a aquisição de equipamentos militares em larga escala. Em contrapartida, alguns itens estratégicos terão tarifa zero, como aeronaves, peças de reposição, matérias-primas críticas e certos produtos agrícolas.
Acordo por tarifas amplia isolamento do Brasil
Para Perfeito, o novo pacto sinaliza um ambiente ainda mais desafiador para o Brasil, que segue sem acordo e enfrenta a iminência da tarifa de 50% sobre suas exportações para os EUA, com vigência prevista para 1º de agosto.
“As tarifas virão, e virão com força. A questão agora é como o Brasil vai reagir”, disse o economista.
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Ele afirma que o governo brasileiro tem pouca margem de negociação e destaca duas possíveis cartas na mesa: o compromisso com investimentos nos EUA e a exploração das reservas de terras raras no país.
Reações divididas na Europa
O anúncio provocou reações distintas entre autoridades europeias. A ministra da Economia da Alemanha, Katherine Reiche, afirmou que o acordo traz previsibilidade em um momento de incertezas, mas reconheceu que a tarifa de 15% representa um desafio para as empresas do bloco.
Já o primeiro-ministro da França, François Bayrou, fez críticas contundentes. “É um dia sombrio quando uma aliança de povos livres resolve se submeter”, publicou em sua conta na rede X.
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Impactos possíveis para o Brasil
Com o pacto EUA-UE já firmado, cresce a preocupação sobre os efeitos da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. Para Perfeito, um dos riscos é uma forte depreciação do real, que poderia atenuar parcialmente os efeitos da tarifa, mas geraria inflação. Em outro cenário, o dólar perderia força globalmente, hipótese que ele considera menos provável.
Internamente, o governo brasileiro já estuda mais de 30 medidas de contingência diante do tarifaço, mas fontes diplomáticas avaliam que os canais de negociação com Washington continuam limitados. A percepção no mercado é de que o Brasil pode ter sido deixado de fora de uma nova rede de acordos globais promovidos pelos EUA.