O dólar fechou esta terça-feira (29) em queda de 0,36% frente ao real, a R$ 5,57, em meio à ausência de acordo comercial entre Estados Unidos e Brasil.
Apesar das incertezas sobre tarifas, o real teve o segunda melhor desempenho entre moedas emergentes e exportadoras de commodities, atrás somente do peso colombiano.
- 📊 Pare de perder dinheiro por falta de organização! Baixe a planilha gratuita de CONTROLE TOTAL DAS FINANÇAS.
O movimento é atribuído ao carry trade, estratégia que consiste em captar recursos em países com juros baixos e investir em mercados com taxas mais altas, obtendo lucro na diferença.
Por que o carry trade sustenta o real?
O Brasil segue atrativo para essa operação, com a taxa Selic em 15% ao ano, contra os juros americanos (Fed funds) entre 4,25% e 4,50%. Segundo o mercado, tanto o Comitê de Política Monetária (Copom) quanto o Federal Reserve devem manter as taxas inalteradas nas decisões desta quarta-feira (30).
A expectativa de manutenção de juros elevados no Brasil tem atraído fluxo de capital estrangeiro, ajudando a sustentar o câmbio. Além disso, o Banco Central realizou hoje um leilão de linha, com venda integral de US$ 1 bilhão, reduzindo a pressão sobre o dólar.
Tarifa de 50% dos EUA
Se não houver negociação, a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA começa a valer na próxima sexta-feira (1º). O governo brasileiro estuda pedir a exclusão de alimentos dessa medida, mas descarta retaliação imediata.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, qualquer resposta seguirá regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e os acordos históricos com os EUA. Ele ressaltou que o Brasil não adotará postura de confronto.
- ⚡ A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.
Relatório do banco Inter avalia que a decisão de não retaliar evita impactos adicionais na economia. Uma resposta tarifária poderia reduzir o PIB brasileiro em 0,17 ponto percentual, segundo cálculos do banco.