O Bradesco (BBDC4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,1 bilhões no segundo trimestre de 2025, avanço de 28,6% na comparação anual. Mas o que chamou atenção dos analistas foi a melhora qualitativa na operação de crédito, com estabilidade da inadimplência e crescimento da margem financeira com clientes.
Segundo o Citi, os dados indicam que o “negócio de crédito voltou aos trilhos”. O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 4,1%, mesmo patamar de março, com estabilidade nas carteiras de pessoa física (5,1%) e MPMEs (4,3%). Já a margem financeira líquida ajustada ao risco avançou para 4,7%, no segundo trimestre.
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O Citi manteve recomendação de compra para as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4), com preço-alvo de R$ 19,50 — potencial de valorização de 24,5% em relação ao fechamento mais recente.
Carteira de crédito do Bradesco cresce com qualidade
A carteira de crédito expandida cresceu 11,7% em um ano, com destaque para linhas com garantia, cuja participação subiu de 57% para 58,5%. O crédito imobiliário e o crédito pessoal para pessoas físicas também avançaram.
Mesmo com a elevação do custo de crédito de 3% para 3,2%, o banco classificou o movimento como compatível com o crescimento de linhas mais massificadas. A carteira reestruturada foi reduzida em R$ 1,5 bilhão no trimestre e R$ 7,8 bilhões em 12 meses.
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Margem com clientes lidera rentabilidade
A margem financeira total subiu 15,8% em um ano, para R$ 18 bilhões, puxada por R$ 17,8 bilhões de margem com clientes, que cresceu 16,4%. A taxa média sobre essas operações subiu de 8,6% para 8,8%, refletindo spreads maiores e melhor combinação de produtos.
O Citi destaca o avanço de 20 pontos-base na margem com clientes frente ao trimestre anterior, indicando crescimento não apenas em volume, mas em qualidade e rentabilidade.
Bradesco diversifica receita cada vez mais
As receitas totais do Bradesco atingiram R$ 34 bilhões no segundo trimestre, com alta em todas as frentes. As receitas de prestação de serviços cresceram 10,6% no ano, puxadas por cartões, consórcios e mercado de capitais.
Na área de seguros, o resultado foi de R$ 5,7 bilhões, com avanço de 21,7%. O retorno sobre o patrimônio (ROAE) da seguradora atingiu 21,4%.
O Bradesco BBI se destacou com R$ 600 milhões em receitas em mercado de capitais e assessoria financeira, alta de 75,9% no trimestre. O banco liderou operações de M&A e estruturas complexas, segundo o presidente Marcelo Noronha.
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Já as despesas operacionais subiram 9,9% na comparação anual, mas o crescimento ficou em 5,8% ao excluir coligadas como Cielo e Elopar. As despesas de pessoal e administrativas subiram 4,9%, abaixo da inflação do período.
O banco também concluiu a aquisição de 50% do Banco John Deere em fevereiro, mas afirmou que o impacto nas despesas foi absorvido sem comprometer os resultados operacionais.
Meta de ESG próxima de ser batida
O Bradesco informou que já atingiu 95,5% da meta de direcionar R$ 350 bilhões em crédito para negócios com benefícios ambientais ou sociais até o fim de 2025.
“Como parte relevante da nossa agenda estratégica, temos um compromisso com o financiamento de negócios sustentáveis e com o apoio contínuo aos nossos clientes na transição para uma economia mais verde, resiliente e inclusiva”, disse o Bradesco em nota.