O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um direito dos trabalhadores brasileiros, garantindo uma reserva financeira para situações específicas, como demissão sem justa causa, aposentadoria e algumas situações de necessidade pessoal. Desde 2020, o trabalhador têm a possibilidade de optar por diferentes modalidades de saque, entre elas o saque-aniversário. Essa modalidade oferece ao trabalhador a chance de retirar parte do saldo da conta do FGTS anualmente, no mês de seu aniversário, alterando a relação tradicional com a rescisão de contrato.
Para realizar a adesão ao saque-aniversário, o trabalhador deve acessar o site ou aplicativo do FGTS. O procedimento é relativamente simples e requer que o usuário informe uma conta bancária para o depósito dos valores. Importante destacar que, após optar por essa forma de saque, existem regras que limitam a devolução à modalidade de saque-rescisão. Uma vez escolhido o saque-aniversário, a reversão para o saque-rescisão somente é permitida após 24 meses completos, a partir do mês subsequente à solicitação.
Como é calculado o saque-aniversário?

A quantia disponível para retirada no saque-aniversário é calculada com base no saldo total das contas do FGTS do trabalhador. Essa modalidade mistura um percentual do saldo existente com uma parcela extra, fixada de acordo com a faixa de valor acumulada. Essa fórmula permite que trabalhadores com diferentes valores de saldo tenham uma percepção adequada de suas retiradas, incentivando o uso consciente desse direito.
Assim, quanto maior o saldo disponível no FGTS, menor será o percentual para retirada anual, mas há um valor adicional fixo previsto por faixa. Isso garante que o trabalhador sempre tenha algum valor a receber, independentemente da quantia acumulada, tornando o benefício acessível a todos e proporcionando flexibilidade no momento do saque.
Por que optar pelo saque-aniversário?
Optar pelo saque-aniversário pode ser vantajoso para trabalhadores que desejam complementar sua renda anualmente, principalmente em tempos de crise econômica ou necessidade financeira emergencial. Além disso, a possibilidade de receber parte dos recursos anualmente pode ajudar no planejamento financeiro a curto prazo. No entanto, esse benefício tem um custo associado à rescisão do contrato, uma vez que vem junto à perda do direito de saque integral dos valores em casos de demissão sem justa causa.
Quem opta pelo saque-aniversário também pode utilizar o valor para quitar dívidas, realizar investimentos ou programar algum gasto importante, como viagens ou cursos de capacitação. Essa flexibilidade aumenta o controle sobre o próprio dinheiro, porém exige responsabilidade e análise das consequências, já que pode limitar o acesso total aos recursos em situações de desligamento do emprego.
Quais são as condições para retornar ao saque-rescisão?
Embora o trabalhador possa retornar à modalidade de saque-rescisão, a transição exige planejamento cuidadoso. A mudança só é viável depois de dois anos completos da solicitação de retorno. Portanto, é crucial analisar as necessidades financeiras a longo prazo e as expectativas de estabilidade no emprego antes de tomar a decisão pela adesão ao saque-aniversário. O entendimento das condições e limitações de cada modalidade é essencial para que o trabalhador faça a escolha mais alinhada às suas necessidades financeiras e pessoais.
Vale acrescentar que, durante o período em que o saque-aniversário está ativo, o trabalhador não recebe o valor integral do FGTS caso seja demitido sem justa causa, recebendo apenas a multa de 40%. Isso reforça a importância de avaliar se a flexibilidade do saque-aniversário compensa o possível risco em relação à segurança financeira em momentos de transição de emprego.
Como se planejar para o saque-aniversário?
O planejamento para o saque-aniversário envolve compreender como o valor disponível anualmente pode ser utilizado de forma eficiente. É recomendado criar um plano financeiro que considere os gastos sazonais e emergenciais. Para tanto, compreender as regras completas e calcular previamente o montante a ser recebido pode evitar surpresas e ajudar no equilíbrio financeiro pessoal. Atentar-se aos períodos e prazos de disponibilização dos recursos é igualmente importante para garantir que as retiradas sejam feitas de forma otimizada.
Além disso, manter um controle regular das movimentações do FGTS pelo aplicativo ou site é fundamental para evitar perder os prazos de saque e até mesmo para avaliar se compensa a migração entre as modalidades. Consultar um especialista em finanças pessoais pode ser uma alternativa para entender o impacto dessa escolha ao longo dos anos.
Diferenças entre saque-aniversário e saque-rescisão
A principal diferença entre as modalidades está na disponibilidade do saldo em caso de demissão. No saque-rescisão, o trabalhador pode sacar todo o FGTS se for desligado sem justa causa, enquanto no saque-aniversário o acesso ao saldo é anual e limitado, restando apenas a multa rescisória de 40% no desligamento.
Adicionalmente, o saque-rescisão é mais indicado para quem valoriza uma reserva maior em situações imprevistas de desemprego, enquanto o saque-aniversário é mais atrativo para quem busca liquidez recorrente e já possui reservas financeiras complementares para emergências.
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Quem pode optar por cada modalidade?
Qualquer trabalhador brasileiro regido pela CLT, que possua saldo em contas do FGTS, pode escolher entre saque-aniversário e saque-rescisão. A escolha deve ser feita por meio do site, aplicativo ou presencialmente nas agências da Caixa Econômica Federal. Há também a possibilidade de migrar de modalidade, seguindo as regras de carência para retorno mencionadas anteriormente.
É recomendável que trabalhadores em situação de instabilidade no emprego ponderem com cautela antes de aderir ao saque-aniversário, pois ficarão limitados no acesso ao saldo total em caso de rescisão contratual. A decisão deve considerar o perfil financeiro, as necessidades atuais e futuras, bem como o cenário do mercado de trabalho.