O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é de suma importância para muitos cidadãos brasileiros, pois garante o equivalente a um salário mínimo mensal para idosos e pessoas com deficiência que não têm condições de prover seu próprio sustento. Muitas pessoas sabem dos motivos comuns que podem levar ao cancelamento deste benefício, mas existem fatores menos conhecidos que também podem impactar a continuidade do BPC.
É crucial entender o funcionamento do BPC para evitar o cancelamento inesperado do benefício. Conhecer os requisitos e as circunstâncias específicas que podem levar à interrupção dos pagamentos pode ajudar os beneficiários a tomar precauções adequadas e assegurar a permanência no programa. Além das razões mais comuns, existem outras situações que podem levar à perda do benefício.
Alterações na renda familiar

Uma das causas menos destacadas para o cancelamento do BPC é a mudança na renda per capita da família. O benefício é destinado a indivíduos cuja renda familiar per capita não ultrapassa um quarto do salário mínimo. Caso haja algum acréscimo considerável nos rendimentos da família, como por exemplo, um novo emprego ou pensão adquirida por um dos membros, o beneficiário pode atingir um limite de renda incompatível com a elegibilidade para o BPC.
Por isso, torna-se essencial monitorar e informar ao INSS sobre qualquer modificação na composição ou renda da família. O não cumprimento desse dever de comunicação pode acarretar na perda do direito ao benefício, sendo necessário avaliar constantemente as condições socioeconômicas do grupo familiar e agir preventivamente para regularizar possíveis alterações.
Cadastro desatualizado no CadÚnico
O Cadastro Único (CadÚnico) é um requisito indispensável para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Muitas pessoas não se dão conta de que a falta de atualização cadastral pode resultar no cancelamento do benefício. O CadÚnico deve ser atualizado a cada dois anos ou sempre que houver alterações na renda, no endereço ou na composição familiar.
Deixar de atualizar essas informações pode levar à exclusão dos benefícios, já que o INSS considera esse procedimento essencial para verificar a continuidade dos critérios de elegibilidade. Dessa forma, é recomendado que o beneficiário acompanhe regularmente o status do seu cadastro e mantenha a documentação em dia para evitar problemas futuros.
Falsificação de documentação pode cancelar o benefício?
Além de ser ilegal, a falsificação de documentos ou o fornecimento de informações falsas intencionalmente ao INSS resulta em graves consequências, incluindo o cancelamento do BPC. Sempre que há suspeitas de fraudes, o INSS realiza investigações mais aprofundadas. Se comprovado o ato ilícito, ocorre a suspensão imediata do benefício e o impedimento de novas solicitações.
Este motivo pouco falado, mas extremamente relevante, ressalta a importância de reportar informações verdadeiras e precisas, em todos os aspectos do cadastro. Vale lembrar que, além da suspensão do BPC, o beneficiário pode responder judicialmente pelos atos ilícitos praticados, incluindo devolução de valores recebidos indevidamente e outras sanções civis e criminais.
Perda dos critérios de deficiência ou idade
No caso de beneficiários com deficiência, é previsto que o INSS realize perícias e avaliações periódicas para verificar se a condição que justificou a concessão do benefício permanece. Se constatado que a pessoa não se enquadra mais nos critérios de deficiência, o benefício pode ser cancelado.
Da mesma forma, para idosos, a idade mínima deve ser mantida no início do benefício. Se for identificado erro ou irregularidade na documentação apresentada ou no cálculo da idade, o benefício pode ser suspenso. Por isso, é essencial providenciar avaliações médicas regulares e manter a verdade nas documentações apresentadas ao INSS.
Falta de atualização de endereço e dados de contato
Outro fator pouco comentado, mas que pode levar ao encerramento do BPC, é o não recebimento das comunicações do INSS devido ao endereço ou contatos desatualizados. O órgão pode enviar correspondências ou notificações importantes, e o não atendimento desses chamados pode acarretar a suspensão do benefício por suposta ausência ou irregularidade do beneficiário
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Morte do beneficiário ou ausência de procurador regular
A morte do titular do BPC resulta no cancelamento imediato do benefício, pois ele é intransferível e individual. No caso do representante legal ou procurador, se houver falecimento ou ausência de regularização do representante, o benefício também pode ser suspenso até que um novo procurador seja nomeado judicial ou administrativamente.
Mantendo-se informado sobre todos os aspectos que envolvem a concessão do BPC, os beneficiários podem evitar surpresas desagradáveis que levem ao cancelamento do benefício. Estar atento aos detalhes burocráticos e promover a transparência nas informações fornecidas ao INSS são atitudes fundamentais para garantir a continuidade deste importante amparo social.