A cegueira é uma condição que afeta a capacidade de enxergar, variando desde a dificuldade visual severa até a total ausência de visão. No Brasil, milhares de pessoas convivem com essa limitação, o que impacta diretamente suas vidas profissionais e sociais. É importante compreender que a deficiência visual pode ser causada por diversos fatores, como doenças oculares, lesões ou condições congênitas, e que a sua identificação pode ser realizada já na infância, permitindo um acompanhamento precoce.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a cegueira em diferentes níveis, desde a visão moderada à cegueira total. As implicações dessa condição vão além do aspecto físico, afetando também o bem-estar emocional e a autonomia das pessoas. O déficit visual pode comprometer tanto atividades complexas quanto simples do cotidiano. Por isso, a inclusão social, o acesso a recursos de acessibilidade e programas de reabilitação são fundamentais para promover a qualidade de vida dessas pessoas.
Desafios cotidianos das pessoas com deficiência visual

Os desafios enfrentados por pessoas com deficiência visual vão desde a mobilidade até a exclusão social. Muitos dependem de tecnologias assistivas, como bengalas e softwares leitores de tela, para realizar tarefas do dia a dia. O acesso à educação e ao mercado de trabalho ainda é restrito, apesar dos avanços na legislação.
O preconceito e a falta de informação por parte da sociedade agravam a situação, dificultando a conquista de autonomia. Investir em campanhas de conscientização, acessibilidade urbana e inclusão em escolas e empresas são medidas essenciais para reduzir barreiras e promover a participação efetiva dessas pessoas em todos os âmbitos sociais.
Como funciona o direito ao auxílio-doença?
O auxílio-doença é um benefício concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos segurados incapazes de trabalhar devido a doenças ou acidentes. No contexto da cegueira, desde que a condição impeça o exercício da atividade profissional habitual, o auxílio pode ser solicitado. Essa assistência busca proporcionar um suporte financeiro durante o período em que o trabalhador está impossibilitado de exercer suas funções.
Para ter direito ao auxílio-doença, é necessário que o segurado tenha contribuído com o INSS por um período mínimo de 12 meses, salvo algumas exceções. A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada por meio de laudos médicos e, em muitos casos, por perícias realizadas por profissionais designados pelo INSS. Além disso, o acompanhamento regular com especialistas é recomendado para garantir a atualização de laudos e manter os direitos assegurados.
Cegueira como critério para concessão do benefício
O auxílio-doença não é automaticamente garantido a todas as pessoas cegas. A concessão depende da comprovação de que a condição impossibilita a atividade laboral exercida anteriormente. Esta comprovação ocorre através de exames e laudos médicos que indiquem a incapacidade funcional, detalhando como a deficiência impacta a vida profissional do requerente.
Em casos de cegueira progressiva, o beneficiário pode necessitar de avaliações periódicas para revalidação do benefício. É importante destacar que o objetivo do auxílio-doença é garantir sustento enquanto persiste a incapacidade temporária para o trabalho, até que o segurado esteja apto a retornar às suas atividades, ou então, seja reavaliado para outros tipos de benefícios, como a aposentadoria por invalidez se a condição for considerada irreversível.
Como solicitar o auxílio-doença?
Para iniciar o processo de solicitação do auxílio-doença devido à cegueira, o segurado precisa agendar uma perícia médica no INSS. Este agendamento pode ser feito pelo site ou aplicativo Meu INSS, ou ainda, por meio de atendimento telefônico. Durante a perícia, o segurado deve apresentar documentação médica completa, juntamente com o histórico de contribuições ao INSS e, se possível, relatórios multiprofissionais, como de assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.
É crucial que o laudo médico detalhe minuciosamente a gravidade da condição, sua evolução e impacto sobre as capacidades laborais. A decisão sobre a concessão do auxílio geralmente é baseada nesta documentação e na avaliação realizada pelo perito do INSS. Manter a documentação organizada e atualizada facilita o processo e pode agilizar o recebimento do benefício.
Benefícios complementares e inclusão social
Além do auxílio-doença, pessoas com deficiência visual podem ter direito a outros benefícios, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), desde que atendam aos critérios legais, e a isenções fiscais, como a isenção do Imposto de Renda em determinados casos. O acesso a cursos profissionalizantes, inclusão no mercado de trabalho e programas sociais específicos também são de grande importância.
A legislação brasileira oferece mecanismos para promover a inclusão social, porém, é fundamental que essas normas sejam amplamente divulgadas e efetivamente aplicadas. O apoio de instituições, ONGs e órgãos públicos é fundamental para que as pessoas com deficiência visual acessem todos os recursos disponíveis e conquistem sua autonomia.
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Perspectivas e considerações importantes
É fundamental que as pessoas cegas e seus familiares estejam bem informados sobre seus direitos e sobre os procedimentos legais. O processo para obter o auxílio-doença pode ser burocrático, mas é um direito do trabalhador que deve ser garantido quando as condições exigidas são cumpridas. Contar com orientação de advogados ou assistentes sociais especializados pode facilitar o entendimento e a execução dos trâmites necessários.
O avanço das políticas públicas de inclusão e o aprimoramento dos processos no INSS são passos essenciais para garantir a dignidade e o bem-estar das pessoas com deficiência visual. Buscar informações confiáveis e manter atualizado o cadastro no INSS pode ser decisivo para não perder prazos e oportunidades. Com informação e apoio, é possível superar muitos dos desafios impostos pela deficiência visual.