O Banco Central (BC) é o órgão máximo que regula todos os bancos e instituições financeiras do país. Além de cuidar da economia, ele tem um papel fundamental na segurança do seu dinheiro, estabelecendo regras para os bancos e orientando os cidadãos sobre como se proteger de fraudes.
Este guia resume a posição oficial do Banco Central e mostra quais ferramentas e conselhos ele oferece para você.
O papel duplo do Banco Central na segurança
A atuação do BC na luta contra os golpes acontece em duas frentes principais. A primeira é a regulação, criando regras de segurança que todos os bancos são obrigados a seguir.
A segunda frente é a educação, com campanhas e comunicados que visam orientar o consumidor. A mensagem principal do BC para a população é clara e direta: “Antes de confiar, melhor verificar”.

O que o BC exige dos bancos?
O Banco Central não apenas sugere, mas obriga as instituições financeiras a investirem pesado em segurança. Ele exige que todos os bancos tenham políticas robustas de segurança cibernética para garantir a autenticidade das transações e a proteção dos dados dos clientes.
Um exemplo prático dessa atuação é a exigência de que os bancos verifiquem os dados de chaves Pix na base da Receita Federal. Essa medida ajuda a combater o uso de “contas laranjas” e a responsabilizar as instituições pela segurança do sistema.
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A principal ferramenta do BC para vítimas de Pix: o MED
Sabendo que a rapidez do Pix poderia ser explorada por criminosos, o BC criou um mecanismo de defesa específico para ele: o Mecanismo Especial de Devolução (MED).
O MED permite que uma vítima de fraude ou golpe via Pix conteste a transação junto ao seu próprio banco. Ao acionar o mecanismo, o banco da vítima notifica a instituição do recebedor, que pode bloquear os fundos na conta do suposto golpista para uma análise. A vítima tem um prazo de até 80 dias após a transação para iniciar o procedimento. O BC alerta, no entanto, que a devolução do dinheiro depende da disponibilidade de saldo na conta do fraudador.
A mensagem principal do BC para você: “antes de confiar, melhor verificar”
A orientação do Banco Central para o cidadão foca na prevenção através da desconfiança e da verificação. Ele insiste que o usuário deve sempre duvidar de ofertas de dinheiro fácil, promoções milagrosas ou contatos não solicitados de supostos funcionários de bancos.
Antes de confirmar qualquer transação, principalmente um Pix, a recomendação é conferir com máxima atenção os dados do destinatário (nome completo e CPF/CNPJ). O BC também reforça que senhas e códigos de segurança são pessoais e intransferíveis, e que os bancos nunca os solicitam por telefone ou mensagem.
Fui vítima! Quais os passos recomendados pelo Banco Central?
Caso você se torne vítima de um golpe financeiro, o Banco Central orienta um caminho claro a ser seguido para aumentar suas chances de resolver o problema.
- Contate sua instituição financeira imediatamente: Este é o primeiro e mais importante passo. Avise seu banco sobre a fraude para que ele possa tomar as medidas cabíveis, como o bloqueio do cartão e, no caso do Pix, a abertura do MED.
- Registre um boletim de ocorrência (B.O.): A formalização do crime junto à Polícia Civil é fundamental. O B.O. serve como prova do ocorrido e é muitas vezes solicitado pelo banco para dar andamento à contestação da fraude.
- Registre uma reclamação no próprio Banco Central: Se você sentir que seu banco não prestou o atendimento adequado, você pode registrar uma reclamação formal contra a instituição no site do BC. Isso serve como um instrumento de fiscalização do órgão sobre os bancos.
- Procure os órgãos de defesa do consumidor: O Procon do seu estado ou município também é um canal importante que pode ser acionado para mediar o conflito com a instituição financeira e buscar uma solução.
Mantenha-se seguro e informado
A posição final do Banco Central é que a segurança no sistema financeiro é uma responsabilidade compartilhada. Enquanto ele e os bancos devem fornecer uma infraestrutura segura, o usuário tem o papel fundamental de ser o guardião de seus próprios dados e de suas decisões. A sua cautela é a barreira mais eficaz contra a engenharia social dos criminosos.