As exportações da China cresceram 7,2% em julho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2024, superando as expectativas dos analistas, que projetavam alta de 5,4%. O crescimento também acelerou em relação ao avanço de 5,8% registrado em junho.
O desempenho acima do esperado foi impulsionado por fabricantes que anteciparam embarques antes do fim da trégua tarifária de 90 dias entre China e Estados Unidos, que expira em 12 de agosto.
Segundo a Administração Geral das Alfândegas, apesar da incerteza sobre a renovação do prazo, empresas chinesas aumentaram significativamente os envios a outros mercados como a União Europeia, o Sudeste Asiático, Austrália e Hong Kong, compensando o quarto mês consecutivo de queda de dois dígitos nas exportações para os Estados Unidos.
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Comércio total da China avança 3,5% no ano
De janeiro a julho, o comércio exterior da China avançou 3,5% na comparação com o mesmo período de 2024, totalizando US$ 3,6 trilhões (R$ 19,7 trilhões).
O superávit comercial chinês, no entanto, recuou de US$ 114,77 bilhões em junho para US$ 98,24 bilhões em julho.
As importações também surpreenderam, com crescimento de 4,1% no mês, contrariando expectativas de retração de 1% e acima da alta de 1,1% registrada em junho.
União Europeia ganha força e EUA perdem espaço
Com a União Europeia, o comércio chinês cresceu 3,9% nos sete primeiros meses deste ano, somando US$ 465,3 bilhões.
Mesmo com tensões diplomáticas recentes, que envolveram sanções a bancos chineses e restrições em licitações públicas no setor de saúde, as trocas comerciais indicam aproximação.
Já com os Estados Unidos, as relações comerciais encolheram 11,1% no mesmo período. As vendas chinesas aos EUA caíram 11,6%, e as importações recuaram 9,9%. Em julho, as exportações da China para os EUA caíram 21,67% em relação a julho de 2024.
Em contrapartida, as vendas para a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) aumentaram 16,59% no mês, ajudando a compensar as perdas com o mercado americano.
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Comércio com o Brasil cresce no trimestre
O comércio bilateral entre China e Brasil mostrou recuperação nos últimos três meses: em julho, o comércio totalizou R$ 97 bilhões em trocas, revelando um aumento de 6,7% ante julho/24. No mês anterior, aumentou 2,4% e em maio avançou 4,5%.
No entanto, caiu 7,6% de janeiro a julho de 2025, frente ao mesmo período de 2024.
Trump avalia novas tarifas para a China
O presidente dos EUA, Donald Trump, avalia impor novas tarifas após o fim da trégua com a China. Entre as medidas em análise estão:
- 40% sobre mercadorias redirecionadas via centros de trânsito
- 100% sobre chips e produtos farmacêuticos
- 25% adicionais sobre produtos de países que compram petróleo russo
Pequim afirmou que os dois países chegaram a um acordo para estender a trégua após conversas realizadas na Suécia no mês passado. No entanto, autoridades americanas dizem que a decisão final será do presidente Trump.
Exportações devem desacelerar no segundo semestre
Analistas do Morgan Stanley alertam para uma possível reversão no ritmo de exportações da China no segundo semestre deste ano, devido aos impactos das tarifas impostas pelos EUA, esgotamento de antecipações de pedidos e redução da demanda dos EUA.
“A intensidade dessa desaceleração também dependerá de mercados alternativos, como África e certos setores específicos”, diz o relatório.
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Mercado reage positivamente aos dados da China
Com os dados de comércio externo, as bolsas asiáticas fecharam o pregão desta quinta-feira em alta — o índice Xangai Composto subiu 0,2%, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2021, aos 3.639,67 pontos.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,7%, com destaque para a New World Development, que avançou até 20% diante de rumores sobre fechamento de capital.
No Japão, o índice Nikkei 225 subiu 0,65% e na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,92%, aos 3.227 pontos.
No pregão diversos setores também tiveram destaque, com terras raras em alta de 3,2%, energia avançando 0,8% e o setor financeiro encerrando a sessão em alta de 0,4%.