As ações da Intel caem 3,06%, negociadas a US$ 19,78 em Nova York após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigir por meio da rede Truth Social nesta quinta-feira (7) a renúncia do CEO da Intel, Lip-Bu Tan, afirmando haver conflito de interesses devido a ligações com empresas chinesas.
“O CEO da INTEL está em CONFLITO e deve renunciar imediatamente. Não há outra solução para este problema. Obrigado pela sua atenção!”, escreveu Trump.
O pedido marca um novo desafio para a Intel, que tem papel central na estratégia do governo americano para reconstruir a indústria doméstica de semicondutores.
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Senador questiona investimentos do CEO da Intel
O posicionamento de Trump ocorre na mesma semana em que o senador republicano Tom Cotton enviou uma carta ao presidente do conselho da Intel, Frank Yeary, solicitando explicações sobre os laços de Lip-Bu Tan com a China.
O foco está em investimentos do executivo em empresas chinesas de semicondutores e em companhias com vínculos com as forças armadas do país.
Na carta, Cotton destacou preocupações com os vínculos de Tan com a Cadence Design Systems Inc., empresa de tecnologia que o executivo liderou por mais de uma década.
A Cadence se declarou culpada em julho por violar os controles de exportação dos Estados Unidos ao vender hardware e software para a Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa da China, uma instituição militar chinesa.
Intel reafirma compromisso com a segurança dos EUA
Em resposta às acusações, a Intel divulgou um comunicado na quarta-feira (6): “A Intel e o sr. Tan estão profundamente comprometidos com a segurança nacional dos Estados Unidos e com a integridade do nosso papel no ecossistema de defesa dos EUA.”
A empresa também afirmou que pretende tratar dos assuntos levantados na carta diretamente com o senador Tom Cotton.
Programa da Lei Chips é impactado
A Intel é considerada uma peça-chave na política industrial de Washington voltada à reindustrialização da cadeia de semicondutores.
A empresa foi contemplada com quase US$ 8 bilhões por meio da Lei Chips e Ciência, legislação criada para incentivar a produção de chips em território americano.
Os recursos foram direcionados, entre outras iniciativas, para a construção de uma unidade focada no fornecimento ao setor militar, um ponto sensível diante das suspeitas levantadas sobre a atuação anterior de Tan.
Apesar do apoio financeiro, o governo Trump vem promovendo mudanças no programa da Lei Chips.
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Intel enfrenta desafios tecnológicos
Sediada em Santa Clara, na Califórnia, a Intel liderou por anos o mercado global de chips, com foco em computadores e laptops. No entanto, a empresa perdeu força nos últimos anos, com o crescimento dos smartphones e da demanda por soluções voltadas à inteligência artificial.
A controvérsia envolvendo seu CEO coloca em evidência o desafio dos Estados Unidos em equilibrar interesses empresariais com preocupações de segurança nacional, especialmente em um setor estratégico como o de semicondutores.