O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em julho, levemente acima da taxa de junho (0,24%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (12). Este foi o primeiro aumento mensal desde a passagem de janeiro para fevereiro.
O maior impacto veio da energia elétrica residencial, que respondeu por 0,12 ponto percentual (p.p.) do índice. No acumulado do ano, a inflação está em 3,26% e, em 12 meses, atinge 5,23%.
- Crédito com as menores taxas do mercado. Simule um empréstimo com home equity agora.
Energia elétrica mantém pressão sobre IPCA
Segundo Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, “de janeiro a julho, a energia elétrica residencial acumula alta de 10,18%, sendo o principal impacto individual no resultado do IPCA, com 0,39 p.p. Essa é a maior variação para o período desde 2018, quando o acumulado foi de 13,78%”.
Em julho, manteve-se a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Houve reajustes nas tarifas em São Paulo (+13,97%), Curitiba (+1,97%) e Porto Alegre (+14,19%), e redução no Rio de Janeiro (-2,16%).
“Sem a contribuição da energia elétrica, o resultado do IPCA de julho ficaria em 0,15%”, afirmou Gonçalves.
- 🔥 Quem tem informação, lucra mais! Receba as melhores oportunidades de investimento direto no seu WhatsApp.
Outras pressões e recuos no IPCA
O grupo Habitação subiu 0,91%, com reajustes na taxa de água em Salvador, Brasília e Rio Branco. Despesas pessoais avançaram 0,76%, puxadas pelos jogos de azar (+11,17%). Transportes aceleraram para 0,35%, com alta de 19,92% nas passagens aéreas e queda nos combustíveis (-0,64%).
No grupo de combustíveis, os preços recuaram pelo quarto mês seguido. “Em junho, houve redução no preço da gasolina nas refinarias”, lembrou o gerente do IPCA.
Saúde e cuidados pessoais tiveram alta de 0,45%, com destaque para higiene pessoal (+0,98%) e planos de saúde (+0,35%).
Alimentação no domicílio em queda
O grupo Alimentação e bebidas recuou 0,27%, com destaque para batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,87% em julho.
“Com a queda dos alimentos importantes na cesta de consumo das famílias, o resultado do IPCA no mês ficou em 0,26%. Sem essa contribuição, a inflação seria de 0,41%”, disse Gonçalves. Ele destacou que as altas em alimentação fora do domicílio refletem o período de férias.
- ⚡ Investir sem estratégia custa caro! Garanta aqui seu plano personalizado grátis e leve seus investimentos ao próximo nível.
Economistas veem resultado benéfico
A maioria dos economistas acredita que o resultado foi benéfico para a inflação no horizonte, indicando para uma desaceleração. Economistas da XP acreditam que a inflação terminará o ano próximo ou abaixo dos 5%.
A visão também é compartilhada pela equipe do Departamento de Pesquisa Econômica (DPEc) do Banco Daycoval. Eles acreditam que a queda nos preços dos alimentos e bens industriais reforça a projeção de inflação em 5% no ano, sem alteração da taxa básica de juros no curto prazo.
Para o economista Maykon Douglas, o resultado do IPCA reforça o processo de desinflação. Ele, no entanto, alertou para a resistência dos núcleos de serviços.
Outro ponto destacado como uma surpresa positiva durante as análises foi o sexto recuo consecutivo do núcleo da inflação. Segundo o economista-sênior do banco Inter, André Valério, é possível haver uma deflação em agosto, influenciada pelo bônus de Itaipu.