O dólar fechou esta terça-feira (12) em queda de 1,01% frente ao real, a R$ 5,39. Foi a primeira vez em mais de um ano que a cotação ficou abaixo de R$ 5,40, patamar que não era visto desde 14 de junho de 2024.
O recuo ocorreu em sintonia com o enfraquecimento global da moeda americana, após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos em julho. O CPI subiu 0,2% no mês e 2,7% em 12 meses, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% no mês e 3,1% em 12 meses, em linha com as projeções. Os dados reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) poderá iniciar cortes na taxa de juros já em setembro.
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Ferramenta do CME Group indica mais de 90% de chance de redução na próxima reunião e mais de 50% de probabilidade de cortes acumulados de 0,75 ponto percentual até o fim do ano.
No acumulado de agosto, a moeda norte-americana recua 3,82%, após alta de 3,07% em julho. No ano, o dólar já recua 12,83%.
Real se destaca entre emergentes
No cenário global, o real teve o segundo melhor desempenho entre moedas emergentes relevantes, atrás apenas do peso colombiano. Analistas apontam que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos continua atrativo para operações de carry trade — estratégia na qual investidores captam recursos em países com juros mais baixos e aplicam em mercados com juros mais altos para obter ganho na diferença.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o diretor de pesquisa econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, disse que a moeda brasileira pode encerrar o ano entre R$ 5,30 e R$ 5,40, sustentada pelo fluxo de capital estrangeiro.
Cenário doméstico
No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em julho, abaixo do piso das projeções do mercado (0,28%). A leitura reforça a percepção de que a política monetária restritiva segue contendo a inflação.
Segundo economistas, mesmo que o Banco Central comece a cortar a Selic apenas em janeiro de 2026, a taxa de juros real brasileira seguirá elevada em relação a outros mercados, mantendo o real atrativo para investidores estrangeiros.
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Dólar index
O Dollar Index (DXY), que mede a força do dólar ante seis moedas fortes, fechou o dia com queda de pouco mais de 0,40%, próximo dos 98.000 pontos, acumulando recuo de mais de 9,5% no ano.