As ações da Hapvida (HAPV3) sobem 7% nesta quinta-feira (14), operando como a maior alta do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025.
O lucro líquido foi de R$ 148,9 milhões, queda de 64,2% em relação ao mesmo período de 2024. Considerando ajustes, o lucro foi de R$ 299,3 milhões. Em 2025, a companhia obteve lucro líquido de R$ 565,3 milhões, recuo de 42,6% na comparação anual.
A receita líquida ajustada da empresa somou R$ 7,674 bilhões no trimestre, alta de 7,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida total atingiu R$ 14,925 bilhões, crescimento de 7,8% na mesma base de comparação.
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O Ebitda — indicador que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — foi de R$ 703 milhões, queda de 26,6%. Com ajustes, o Ebitda atingiu R$ 905,4 milhões, redução de 5,5%. No semestre, o Ebitda ajustado somou R$ 1,909 bilhão, queda de 12,8% frente ao mesmo período do ano passado.
A sinistralidade caixa — indicador que mede a relação entre despesas com atendimento e a receita obtida — ficou em 71,0% no trimestre, alta de 0,5 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2024. No acumulado do ano, a sinistralidade foi de 73,9%, aumento de 0,4 p.p.
Balanço da Hapvida é positivo, dizem bancos
O Citi classificou o resultado da Hapvida como positivo, destacando que o Ebitda “limpo” atingiu R$ 878 milhões, 5% acima das estimativas do banco, enquanto o fluxo de caixa livre recorrente foi de R$ 300 milhões, o dobro do projetado.
O banco ressaltou a retomada comercial, com adição líquida de 57,7 mil vidas no trimestre, impulsionada por crescimento de 13% nas vendas brutas e taxa de cancelamento sob controle. O tícket médio subiu 1,8%, com destaque para o segmento corporativo.
O Citi projeta reação favorável do mercado, destacando que as reclassificações contábeis pós-integração da NotreDame Intermédica devem melhorar índices de reajuste e eficiência tributária. A receita líquida cresceu 7% em linha com o esperado, e a sinistralidade de planos de saúde caixa ficou abaixo do modelo do Citi, mesmo com alta de 240 pontos-base no trimestre.
No caixa, a empresa gerou R$ 300 milhões para os acionistas, mesmo após desembolsar R$ 207 milhões em aquisições e recolher R$ 137 milhões em depósitos judiciais retroativos do SUS. A judicialização permaneceu controlada, mas a cobertura de recebíveis vencidos acima de 90 dias caiu para 39%, ponto que o Citi recomenda monitorar.
O banco mantém recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 60, representando potencial de valorização de 72% em relação ao último fechamento.
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Já o Bradesco BBI também avaliou de forma levemente positiva o balanço, mantendo classificação outperform e preço-alvo de R$ 48,00 por ação.
Para os analistas Marcio Osako e Valeria Parini, a adição líquida de 57 mil vidas no trimestre reverte tendência negativa e sustenta melhores perspectivas de crescimento.
O lado negativo, segundo o BBI, foi o fluxo de caixa livre para o acionista, impactado por R$ 203 milhões devido ao aumento nos depósitos judiciais do SUS. Apesar disso, os novos depósitos judiciais civis permaneceram estáveis em R$ 135 milhões.