A criatividade dos criminosos para enganar a população idosa é vasta e se renova constantemente. Além das fraudes já conhecidas, novas abordagens e velhos truques com uma roupagem diferente continuam a fazer vítimas, causando prejuízos financeiros e um profundo abalo na confiança.
Este guia apresenta mais 5 golpes perigosos que todo idoso e sua família precisam conhecer para se proteger.
A engenharia social focada na terceira idade

Os golpistas focam nos idosos por estudarem seu comportamento. Eles sabem que muitos idosos valorizam o atendimento por telefone, são mais educados e propensos a ouvir um interlocutor até o fim, e se preocupam profundamente com a regularidade de seus benefícios e com a sua saúde.
É explorando esses pontos — a confiança, a preocupação e o medo de problemas burocráticos ou de saúde — que os criminosos constroem suas narrativas para enganar e roubar.
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5 novos golpes que merecem sua atenção
Fique atento a estas fraudes que se disfarçam de procedimentos de rotina, ajuda ou oportunidades.
1. O golpe do falso recadastramento bancário
Um criminoso, se passando por funcionário do banco onde o idoso recebe sua aposentadoria, liga para a vítima. Ele informa sobre a necessidade de um “recadastramento de segurança” ou “atualização do módulo de proteção” para evitar o bloqueio da conta. Com um roteiro convincente, ele pede que a vítima confirme senhas ou instale um aplicativo de acesso remoto no celular, dando ao golpista controle total sobre a conta bancária.
2. O golpe do falso parente que vem visitar
Nesta fraude emocional, um golpista liga para o idoso e se passa por um parente distante (sobrinho, afilhado). Ele anuncia, de forma muito animada, que está a caminho para fazer uma “visita surpresa”. Horas depois, ele liga novamente, com voz aflita, dizendo que seu carro quebrou na estrada, perto da cidade, e que precisa de um Pix urgente para pagar o guincho ou o mecânico. A vítima, acreditando na visita e na emergência, faz a transferência.
3. O golpe da doação para falsa caridade
Criminosos, se passando por voluntários de uma instituição de caridade ou de uma causa nobre, abordam os idosos na rua ou por telefone. Eles contam uma história comovente sobre ajudar crianças, animais ou outros idosos em necessidade e pressionam a vítima a fazer uma doação na hora, seja em dinheiro ou via Pix. A instituição não existe, e o dinheiro vai direto para o bolso do golpista.
4. O golpe do falso agente de saúde
Um golpista, uniformizado e com um crachá falso, se apresenta na casa do idoso como um agente de saúde da prefeitura, usando como pretexto uma campanha de combate à dengue ou de vacinação. Com a desculpa de que precisa “inspecionar o quintal” em busca de focos do mosquito ou “verificar a carteira de vacinação”, ele ganha acesso à residência. Uma vez lá dentro, ele se aproveita de um momento de distração da vítima para furtar objetos de valor.
5. O golpe do “achado” na rua (Conto do Paco)
Um clássico da malandragem. Um golpista deixa “cair” um pacote de dinheiro (geralmente um maço de papel com uma nota verdadeira por cima) perto do idoso. Um segundo golpista, o comparsa, “acha” o pacote junto com a vítima e sugere dividi-lo. O primeiro golpista volta, fingindo procurar o que perdeu, e agradece aos dois por sua “honestidade”, oferecendo uma recompensa. Para receber o “prêmio”, a vítima é convencida a entregar sua bolsa ou seu dinheiro como “garantia de boa-fé”, e os dois criminosos desaparecem.
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As defesas essenciais: como proteger os idosos da família
A prevenção é a melhor ferramenta e depende muito do diálogo e da orientação familiar.
- Nunca realize procedimentos bancários por telefone: Ensine a regra de ouro: banco não liga para pedir para instalar aplicativos, nem para confirmar senhas. Qualquer procedimento de segurança deve ser feito presencialmente na agência, com um gerente conhecido, ou com a ajuda de um familiar de confiança.
- Crie uma palavra-chave para emergências familiares: Combine uma palavra ou frase secreta que só a família conhece. Se um suposto parente ligar pedindo dinheiro, a primeira pergunta deve ser a senha. Se ele não souber, é golpe.
- Verifique a identidade de qualquer visitante: Agentes de saúde e de outros órgãos públicos sempre andam uniformizados e com crachá. Na dúvida, não abra a porta. Ligue para o posto de saúde ou para a prefeitura para confirmar se há uma visita agendada para seu endereço.
- Desconfie de histórias mirabolantes na rua: Oriente o idoso a não dar conversa para estranhos com histórias sobre dinheiro achado, bilhetes premiados ou propostas de negócios vantajosos. A recomendação é se afastar e, se se sentir intimidado, procurar um local movimentado ou um policial.
- Mantenha um diálogo aberto, sem repreensão: A principal proteção é que o idoso se sinta seguro para contar que recebeu uma ligação ou que foi abordado de forma suspeita, sem medo de ser julgado. A vergonha de admitir que quase caiu em um golpe é a maior aliada dos criminosos.
A criatividade dos fraudadores é grande, mas as táticas de prevenção são simples e se baseiam na desconfiança e na verificação. Manter um diálogo aberto e constante com os idosos da família sobre esses perigos é o caminho mais eficaz para garantir sua segurança financeira e, principalmente, sua paz de espírito.