Ter um emprego com carteira assinada traz direitos e benefícios, mas também expõe o trabalhador a golpes que miram exatamente nesses pontos. Criminosos criam fraudes sofisticadas que usam como isca o seu FGTS, suas ambições de carreira e até mesmo suas obrigações sindicais.
Este guia detalha 3 golpes comuns que afetam diretamente o trabalhador CLT e como se proteger.
A rotina como brecha: por que o trabalhador CLT é um alvo?

Os golpistas focam neste público por entenderem seu universo e suas necessidades. A relação formal do trabalhador com benefícios governamentais, como o FGTS, abre uma porta para fraudes de phishing com a promessa de saques liberados.
A ambição natural por uma carreira melhor torna o trabalhador, mesmo aquele que já está empregado, uma vítima em potencial para falsas propostas de emprego. Além disso, a complexidade das obrigações sindicais pode ser explorada para realizar cobranças indevidas.
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3 golpes comuns que miram no trabalhador com carteira assinada
As fraudes são desenhadas para parecerem comunicações oficiais ou oportunidades de carreira imperdíveis.
1. O golpe do falso saque do FGTS
Este é o golpe mais difundido. O trabalhador recebe um SMS ou mensagem de WhatsApp, supostamente da Caixa Econômica, informando sobre um valor de FGTS liberado para saque. A mensagem contém um link que leva a um site falso, idêntico ao da Caixa. Lá, a vítima é induzida a inserir seus dados (CPF, senha do app) para “consultar o valor”, entregando o acesso de sua conta aos criminosos.
2. O golpe da falsa vaga de emprego para quem já está empregado
Nesta fraude, um golpista, se passando por um “headhunter” (recrutador), entra em contato com o trabalhador, geralmente pelo LinkedIn, com uma proposta de emprego “sigilosa e irrecusável” em uma grande empresa. O objetivo é extrair dados pessoais sensíveis durante um falso processo seletivo ou, em casos mais diretos, cobrar uma “taxa de avaliação de perfil” para garantir a participação na seleção da vaga, que não existe.
3. O golpe do falso sindicato
Criminosos, se passando por representantes do sindicato da categoria do trabalhador, enviam um boleto falso por e-mail ou Correios. A cobrança é descrita como uma “contribuição assistencial obrigatória”, uma “taxa para homologação” ou para a participação em uma suposta ação judicial coletiva. Muitos trabalhadores, com receio de ficarem irregulares com sua entidade de classe, acabam pagando a cobrança fraudulenta.
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Guia de proteção para sua carreira e seus direitos
A melhor defesa contra esses golpes é a verificação e a desconfiança em qualquer contato não solicitado.
- Use apenas os canais oficiais para consultar benefícios: A única forma 100% segura de verificar seu saldo do FGTS ou qualquer outro benefício trabalhista é através dos aplicativos oficiais do governo (como o app FGTS da Caixa), baixados da loja do seu celular, ou dos sites oficiais, digitados por você no navegador. Ignore qualquer link recebido.
- Verifique a legitimidade de qualquer vaga: Recebeu uma proposta? Procure a vaga no site oficial da empresa contratante, na seção “Carreiras”. Verifique o perfil do “headhunter” no LinkedIn – desconfie de perfis recém-criados ou com poucas conexões. Empresas sérias não cobram taxas em processos seletivos.
- Contate seu sindicato diretamente antes de pagar qualquer taxa: Se receber um boleto ou uma cobrança do seu sindicato, não pague. Ignore a mensagem ou o documento e entre em contato com o sindicato pelo número de telefone ou e-mail oficial que você já conhece ou que está no site da entidade para confirmar se a cobrança é real.
- Nunca pague para ser contratado: Nenhuma empresa ou recrutador sério cobra taxas para participar de um processo seletivo.
- Desconfie de contatos não solicitados e promessas exageradas: Seja cético com ofertas de emprego com salários muito acima do mercado e com supostos benefícios do governo que não foram amplamente divulgados na mídia oficial.
Seus direitos trabalhistas e sua trajetória profissional são patrimônios valiosos. Ao tratá-los com a mesma segurança que você trata sua conta bancária, desconfiando de “facilitadores” e verificando tudo na fonte oficial, você garante que seu esforço seja recompensado e não explorado por criminosos.