O dólar fechou esta terça-feira (19) em alta de 1,22% frente ao real, a R$ 5,50. O movimento ocorreu em meio à queda do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, e ao aumento da aversão a risco por parte dos investidores.
A reação veio após decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que leis estrangeiras só produzem efeitos no Brasil após homologação pela Justiça nacional.
A medida foi motivada por um caso relacionado às indenizações do desastre de Mariana e Brumadinho, mas também tem reflexos na aplicação da Lei Magnitsky, usada pelos Estados Unidos para sancionar autoridades brasileiras.
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O mercado teme que bancos nacionais fiquem em situação de conflito jurídico. Caso cumpram as sanções impostas por Washington, podem desrespeitar a legislação brasileira; se não cumprirem, correm risco de sofrer restrições no sistema financeiro americano.
Segundo relatos do setor, instituições financeiras já buscam apoio jurídico no exterior para lidar com o impasse. A percepção de risco maior pode afastar investidores estrangeiros da Bolsa brasileira e pressionar ainda mais o real.
Dólar no exterior acompanha Fed
No cenário internacional, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes — registrava leve alta, acima de 98,200 pontos, mas acumula queda de 9% no ano. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Investidores seguem atentos à ata do Federal Reserve (Fed), a ser publicada nesta quarta-feira (20), e ao discurso do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira (22).
Nos Estados Unidos, os dados de construção mostraram avanço de 5,2% em julho nas moradias iniciadas, bem acima da projeção de 0,3%. Já as permissões para novas obras recuaram 2,8% no mês.
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Política e eleições no radar
Rumores de que a pesquisa Genial/Quaest, prevista para amanhã (20), mostrará melhora na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também pesaram nos negócios. Além disso, na quinta-feira (21) será divulgado levantamento sobre a corrida presidencial de 2026, fator que pode adicionar volatilidade ao mercado.