O mercado de aluguel de ações na B3 movimentou R$ 138 bilhões no primeiro semestre de 2025, representando um crescimento anual de 42% nas apostas de desvalorizações dos ativos, segundo estudo da Bolsa divulgado pelo Valor Econômico.
O avanço foi puxado pelo aumento da participação de investidores pessoa física, cuja fatia passou de 8,2% em 2024 para 9,5% em 2025. O segmento institucional também ganhou espaço, de 9,3% para 10,7% do total. Juntos, pessoa física e investidores institucionais responderam por 77% da expansão no período.
- Enquanto você lê esta notícia, outros investidores seguem uma estratégia validada — veja como automatizar suas operações também.
Pessoa física busca renda extra com ações paradas
Segundo Pedro Zangrandi, diretor responsável pela área de empréstimo de ativos da B3, a operação se popularizou entre investidores individuais com o apoio educacional das corretoras de varejo e a possibilidade de gerar renda passiva.
Com uma carteira replicando o Ibovespa, o retorno médio é de 1,4% a 1,5% ao ano. Em casos de alta demanda ou baixa liquidez, o rendimento pode chegar a 100% ao ano em ações específicas.
Como funciona o aluguel de ações
Na prática, o processo funciona como o aluguel de um imóvel. O investidor de longo prazo, chamado de doador, empresta suas ações a outro participante, o tomador, que utiliza os papéis em estratégias como:
- Venda a descoberto (short selling): aposta na queda de um ativo.
- Arbitragem: lucra com diferenças de preços em mercados distintos.
- Long and short: aposta na alta de alguns ativos e queda de outros.
Durante o contrato, a B3 atua como contraparte central, garantindo a devolução das ações e o repasse de dividendos e juros sobre capital próprio, o que reduz praticamente a zero o risco para o doador — um modelo diferente do que ocorre no exterior.
- O Copy Invest do Portal das Commodities já transformou a forma de investir em futuros — clique aqui e veja como aplicar na prática.
Potencial de expansão e atração de estrangeiros
Apesar do crescimento, apenas 10% do estoque de ações disponíveis está emprestado no Brasil. Entre investidores estrangeiros, que respondem por quase metade da depositária da B3, a participação é de apenas 1%, devido a restrições regulatórias.
“Boa parte desses investidores são fundos mútuos e fundos de pensão da Europa e dos Estados Unidos. Estamos trabalhando junto aos reguladores para criar um modelo que atraia esse capital para o mercado brasileiro”, disse Zangrandi.