O café voltou a ser destaque no cenário internacional em 2025, com uma forte valorização nos mercados futuros que trouxe impacto direto para investidores. E o Brasil, maior produtor e exportador do mundo, está no centro deste movimento.
Em média, o país produz 58 milhões de sacas de café por ano, o equivalente à cerca de 40% do consumo mundial. Em 2024, o Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas, gerando receita superior a US$ 12,5 bilhões. Os principais compradores foram Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão.
Entretanto, em 2025, os Estados Unidos passaram a aplicar tarifa de 50% sobre o café brasileiro, reduzindo a competitividade do produto no mercado que mais importa a commodity.
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No novo episódio do podcast Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, explica como funciona o mercado de café, por que os preços estão em alta e o impactado das tarifas de Donald Trump e das geadas no Brasil. Confira:
Alta nas bolsas internacionais
A combinação de tarifa, estoques baixos e problemas climáticos — como geadas no Brasil — impulsionou a cotação do café. Em agosto, o contrato negociado em Nova York registrou alta de quase 4% em apenas um dia, acumulando cinco sessões consecutivas de valorização.
Na B3, a Bolsa do Brasil, o contrato futuro do café arábica com vencimento em dezembro superou o valor de US$ 420 por saca.
Como investir em café?
Segundo Vasconcellos, o mercado oferece diferentes alternativas para quem deseja se expor a commodity como ativo financeiro. São eles:
- Contratos futuros na B3: cada contrato de café arábica equivale a 100 sacas de 60 kg. O investidor pode lucrar com a valorização ou desvalorização, mas o risco é elevado;
- Fundos e ETFs de commodities: permitem diversificação sem operar diretamente na bolsa;
- Ações ligadas ao setor: exportadoras, tradings e empresas de logística podem se valorizar em momentos de alta da commodity.
Um contrato de café arábica, por exemplo, vale cerca de US$ 40 mil (aproximadamente R$ 200 mil), mas a margem de garantia exigida gira em torno de 10% a 15% desse valor. Isso permite que investidores operem com aportes a partir de R$ 20 mil a R$ 30 mil.
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Café como colateral financeiro
Além de commodity negociada, o café também funciona como garantia em operações de crédito rural. Produtores podem armazenar sacas em armazéns certificados pela Bolsa, que emitem títulos representando o café depositado.
Esses documentos servem como colateral em empréstimos, permitindo financiar a entressafra sem a necessidade de venda imediata da produção.