O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou a suspensão cautelar dos contratos com a Crefisa em 25 regiões do país, após relatos de irregularidades associadas a coação, venda casada e dificuldades no acesso aos valores dos benefícios. Essa iniciativa foi adotada, de maneira preventiva, para proteger os direitos dos segurados e garantir maior transparência nos pagamentos. O INSS enfatizou que nenhum aposentado perderá seus benefícios como resultado desta medida.
A suspensão afeta principalmente novos aposentados, cujos benefícios seriam pagos pela Crefisa a partir de 2025, tornando o início do recebimento temporariamente paralisado. Os segurados já contemplados anteriormente continuam recebendo normalmente. A medida gerou discussões sobre a necessidade de fiscalização mais rígida das instituições financeiras associadas ao pagamento de benefícios.
Diante da incerteza, a orientação dos especialistas é para que os beneficiários aguardem a definição de uma nova instituição pagadora, assegurando que ninguém será prejudicado enquanto o processo não for concluído. O INSS reforçou também que está monitorando as denúncias e trabalhando para garantir soluções rápidas.
Quais beneficiários serão afetados?

A suspensão incide principalmente sobre os recém-aposentados do INSS, já que os contratos com a Crefisa previam o pagamento inicial dos benefícios a partir de 2025. Aqueles que já recebiam benefícios anteriormente permanecem com seus pagamentos inalterados. Segundo o presidente do órgão, a medida visa evitar transtornos adicionais aos segurados.
Informações recentes apontam que o foco está nos casos em que o primeiro pagamento ainda não foi efetivado, gerando ansiedade entre esse grupo. O objetivo do INSS é mitigar qualquer impacto negativo até a transição para uma nova instituição financeira. Especialistas em Direito Previdenciário ressaltam que o panorama exige atenção, mas não oferece risco de perda de direitos.
As regiões abrangidas pela suspensão, especialmente do Norte e Nordeste, concentram parte significativa dos novos beneficiários. Segundo dados do INSS, um mapeamento detalhado está sendo feito para garantir que ninguém fique sem acesso aos valores durante a mudança.
Por que as reclamações estão aumentando?
Entre fevereiro e julho de 2025, houve um salto nas reclamações contra a Crefisa, resultando em mais de 12 mil registros no Reclame Aqui, com destaque para cobranças excessivas e taxas acima do esperado. Essa alta no número de queixas também se refletiu nos órgãos de proteção ao consumidor, preocupando entidades do setor.
A queda no índice de satisfação dos clientes — apenas 57,2% das respostas foram consideradas positivas — alimentou o debate sobre a necessidade de revisão dos contratos firmados entre o INSS e instituições financeiras. O Banco Central notou um aumento de 62% nas reclamações consideradas procedentes, principalmente durante o segundo trimestre do ano.
Entidades de defesa dos aposentados estão acompanhando a situação de perto e pressionam por maior fiscalização. O objetivo é evitar abusos e assegurar transparência nos processos de concessão e pagamento dos benefícios.
Resposta da Crefisa às acusações
Em nota oficial, a Crefisa declarou surpresa com a decisão do INSS, negando irregularidades e alegando pleno cumprimento dos contratos desde 2020. A financeira ressalta que menos de 5% dos beneficiários abriram contas na instituição, o que, segundo a empresa, sinaliza ausência de coação.
A Crefisa ressaltou seus investimentos recentes em tecnologia e modernização para melhor atender os clientes e solucionar possíveis entraves operacionais. Apesar das denúncias, a empresa afirma estar comprometida com os padrões éticos e com a transparência nas operações.
Mesmo assim, a resposta institucional não foi suficiente para conter críticas de parte da sociedade civil e de associações de aposentados, que demandam explicações detalhadas e medidas corretivas imediatas para garantir a segurança dos beneficiários.
Impacto econômico e social da suspensão
A paralisação temporária afeta a rotina de milhares de famílias brasileiras, que dependem dos pagamentos previdenciários para o sustento diário. A incerteza sobre prazos e procedimentos para transferência para outra instituição bancária amplia as preocupações quanto à estabilidade financeira de muitos segurados.
A medida também influencia a relação de confiança entre os aposentados e as entidades financeiras, elevando a necessidade de repensar critérios de escolha de bancos parceiros para o INSS. Sindicatos e associações de aposentados reivindicam maior participação na definição dos processos.
Por outro lado, especialistas indicam que a suspensão pode ser uma oportunidade para modernizar e aperfeiçoar o sistema de pagamentos, promovendo maior proteção e conveniência aos segurados, além de evitar práticas abusivas no futuro.
Leia mais: Como a decisão do STF vai impactar as aposentadorias do INSS?
Os próximos passos para o INSS e aposentados
Atualmente, o INSS conduz análises para viabilizar a transferência automática dos pagamentos para outra instituição financeira, mas ainda não há prazo estipulado para a conclusão do processo. Orientações devem ser divulgadas à medida que os detalhes forem definidos.
Durante esse período de transição, advogados e especialistas recomendam que os novos aposentados mantenham a calma e acompanhem as comunicações oficiais do órgão. Todos os direitos permanecem assegurados, e o atraso é considerado meramente operacional.
O INSS reitera o compromisso de garantir a continuidade do pagamento dos benefícios, mesmo que temporariamente já tenha havido algum atraso, e promete priorizar a transparência nas informações fornecidas aos beneficiários afetados.