A cada 10 empresas que compõem o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores, 8 tiveram um aumento da receita líquida no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O dado está em um levantamento exclusivo da MZ Group, empresa que fornece tecnologia e inteligência para áreas de Relações com Investidores (RI).
Entre as empresas menores, as chamadas Small Caps, que compõem o índice SMLL, o percentual de companhias que conseguiram ampliar seus ganhos cai um pouco, indo de 84% (Ibovespa) para 79% (SMLL).
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Empresas ampliam margens e receita
O levantamento mostrou que, entre as empresas do Ibovespa, 56,7% conseguiram aumentar a margem Ebitda, indicador que mede a eficiência operacional ao comparar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização com a receita líquida, no segundo trimestre.
Desafios para grandes empresas
Apesar do cenário positivo, parte relevante das empresas do Ibovespa enfrentou dificuldades para manter a lucratividade. Um terço (33,8%) apresentou queda de lucro entre 0% e 50% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
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Do total de companhias analisadas (347 companhias, com ações em Bolsa ou não), 23,1% não aumentaram a receita, 42,2% não registraram crescimento da margem Ebitda e 44,1% não avançaram no lucro líquido.
Vencedores do trimestre
A pedido do Monitor do Mercado, profissionais do mercado financeiro avaliaram a temporada de balanços como positiva, mas reforçam o cenário de cautela.
Para Carlos Bedicks, head de renda variável da Wiser | BTG Pactual, o trimestre trouxe um quadro misto, mas setores ligados ao consumo interno se destacaram.
- Alimentos & Bebidas lideraram o crescimento, puxados pela JBS (JBSS3), que apresentou expansão sólida de receita.
- O varejo, especialmente de vestuário, superou expectativas com demanda mais forte que o esperado.
- Logística e aluguel de veículos, representados por Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3), também tiveram desempenho robusto.
- Em infraestrutura, empresas como Sabesp (SBSP3), Eneva (ENEV3) e Eletrobras (ELET6) se beneficiaram de revisões tarifárias e ganhos de eficiência.
Quem perdeu espaço
Para o BTG Pactual, o destaque negativo durante o trimestre foi o setor de commodities, que registraram queda em receita (-0,5%) e Ebitda recuando 7% na comparação anual. Na avaliação de Bedicks, os setores que mais pesaram negativamente foram:
- Agronegócio, impactado pela menor produtividade da cana em Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3).
- Bancos, com destaque para Banco do Brasil (BBAS3), que registrou provisões elevadas — um alerta para a qualidade do crédito.
- Commodities, como petróleo, gás e petroquímica (PRIO e Braskem), que sofreram com preços mais baixos e margens pressionadas.
- Metais & Mineração, com lucros em retração.
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Surpresas e alertas
O setor de educação chamou atenção positivamente, mais que dobrando o lucro mesmo com queda de receita. Já parte de serviços básicos e de saúde decepcionou com margens em queda.
Para Bedicks, a temporada mostrou a força dos setores domésticos, mas acendeu sinais de alerta em bancos e commodities: “O trimestre reforça a resiliência de setores ligados ao mercado interno, enquanto bancos e commodities chamam atenção para riscos à frente”.
Segundo a MZ, além dos números, a qualidade da comunicação com o mercado é estratégica, já que clareza e consistência nas informações ajudam a reduzir incertezas e, consequentemente, o custo de capital das companhias.