A Bolsa de Valores brasileira, B3, está sendo investigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por possíveis tentativas de impedir que a CSD BR — sua principal concorrente e que busca abrir uma nova Bolsa no Brasil — entre no mercado brasileiro.
Segundo informações de Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo, o Cade apura no processo administrativo instaurado nesta segunda-feira (25) se a B3 recorreu à venda casada, descontos condicionados (mixed bundling), cláusulas de exclusividade e mecanismos de fidelização de clientes para dificultar a atuação de concorrentes.
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Posição de dominância da Bolsa
A investigação preliminar apontou que a B3 se aproveitaria do fato de ser incumbente no mercado de registro e de deter monopólio em outros segmentos para impor condições comerciais que rivais não conseguem replicar.
Esse cenário, de acordo com a autarquia, encarece a entrada de novos players, eleva custos dos concorrentes e reduz a liberdade de escolha dos clientes.
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A entrada da CSD BR
A CSD BR estreou em fevereiro sua câmara de liquidação e pretende lançar uma bolsa de valores completa no país. O projeto é apoiado por BTG Pactual, Citi, Morgan Stanley, UBS, Santander e Cboe (Chicago Board Options Exchange).
A companhia já possui três das quatro licenças necessárias: registradora, depositária e liquidante. A autorização que falta é a de contraparte central (CCP), essencial para garantir a compensação das negociações em alta escala e atender o varejo. A expectativa é obter o aval até 2027.
Paralelamente, a CSD BR anunciou no início de agosto uma nova rodada de captação de R$ 100 milhões, com participação de Citi, UBS e Morgan Stanley. O investimento será destinado ao desenvolvimento da infraestrutura tecnológica da empresa.
Segundo o CEO e cofundador, Edivar Vilela de Queiroz Filho, a estratégia é acelerar a implantação da nova plataforma.
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Diferença de infraestrutura
Em entrevista ao Monitor do Mercado, Queiroz Filho afirmou que alguns dos diferenciais da plataforma da CSD são: contar com um sistema próprio, processamento em streaming e integração por API, reduzindo o prazo de liquidação de 24 horas para 15 minutos.
A empresa promete custos mais baixos e abertura de espaço para corretoras independentes, custodiantes e pequenos escritórios.
A companhia também já opera swaps personalizados — contratos que permitem troca de fluxos financeiros entre investidores — movimentando mais de R$ 200 bilhões.
Outro diferencial é a defesa da interoperabilidade entre depositárias, que facilitaria o acesso direto a ativos internacionais, eliminando instrumentos como BDRs e ADRs.