As empresas do agro brasileiro apresentaram resultados positivos no segundo trimestre de 2025, impulsionadas por exportações aquecidas, safra cheia de grãos e diversificação de portfólio. Segundo levantamento do Valor Data, entre 24 companhias analisadas, apenas quatro registraram prejuízo entre abril e junho.
Entre as principais contribuições para o lucro estiveram ganhos de eficiência operacional e uso de hedge — instrumento financeiro usado para proteger empresas da volatilidade dos preços agrícolas e do câmbio.
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Safra garante resultados para o agro
A FS reverteu prejuízo de R$ 40,3 milhões no segundo trimestre de 2024 para lucro de R$ 256 milhões. Já a Agribrasil teve alta de 715% no lucro, para R$ 16 milhões, sustentada pela safra recorde de soja e milho.
No segmento sucroenergético, a São Martinho (SMTO3) registrou lucro de R$ 62,8 milhões, queda de 40,9% na base anual, impactada pela quebra da safra de cana. A SLC Agrícola (SLCE3) teve lucro líquido de R$ 139,8 milhões, retração de 56,5%, mas viu seu Ebitda ajustado avançar 115,6%, apoiado em vendas recordes de commodities.
Carnes: exportações em alta, mas tarifa dos EUA pesa
Os frigoríficos também se beneficiaram das exportações, especialmente para China e Estados Unidos. A BRF (BRFS3) teve lucro de R$ 735 milhões, queda de 32,8% no comparativo anual.
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A Seara, da JBS (JBSS3), viu receita cair 2,5% para US$ 2,16 bilhões, mas manteve crescimento de 1,2% no Ebitda ajustado, somando US$ 391,8 milhões. No consolidado, a JBS lucrou US$ 528,1 milhões, alta de 60,6% na comparação com 2024.
Apesar do bom desempenho, analistas apontam que o tarifaço imposto pelos EUA, que elevou a taxação da carne bovina brasileira para 76,4%, deve trazer desafios. Empresas com operações internacionais, como JBS e Minerva (BEEF3), podem mitigar parte dos impactos redirecionando produção.
Açúcar perde competitividade
No setor de açúcar, os efeitos da tarifa são mais severos. A Jalles Machado (JALL3) estima perda de até R$ 25 milhões devido à menor competitividade do açúcar orgânico exportado aos EUA. A Raízen (RAIZ4) também reportou prejuízo no trimestre.
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Perspectivas para o 3º trimestre
Para analistas, a demanda da China por grãos pode sustentar parte dos resultados no próximo trimestre, especialmente para companhias de soja, milho e algodão. O segmento de frango deve seguir resiliente, mesmo com os impactos da gripe aviária, enquanto as usinas de cana enfrentam cenário mais desafiador, com preços globais de açúcar em queda.
“O agro brasileiro se beneficia da posição estrutural do país como exportador competitivo de grãos, carnes e açúcar, o que sustenta a demanda mesmo em cenários adversos”, avalia Régis Chinchila, da Terra Investimentos.