O dólar fechou esta terça-feira (26) em alta de 0,37% frente ao real, cotado a R$ 5,43. Operadores afirmam que o ambiente externo desfavorável às divisas emergentes abriu espaço para ajustes e realização de lucros.
Os preços do petróleo recuaram mais de 2%, pressionando moedas de mercados emergentes, incluindo o real. Em comparação com outras moedas da América Latina, o real teve perdas menores.
Peso colombiano e peso chileno registraram desvalorização mais expressiva nesta segunda-feira. No acumulado do ano, a divisa brasileira apresenta o melhor desempenho entre os pares regionais.
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Em entrevista ao Broadcast, o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, destacou que o real ainda se mantém valorizado devido aos juros elevados, que atraem capitais estrangeiros. Ele aponta que “podemos ver o dólar subir quando o Banco Central começar a cortar os juros”.
Pela manhã, o IBGE divulgou que o IPCA-15 de agosto registrou deflação de 0,14%, após alta de 0,33% em julho. A deflação foi menos intensa que a mediana das projeções do mercado (-0,21%).
Dólar reage a cenário político nos EUA
O dólar começou o dia em queda, alcançando mínima de R$ 5,40, acompanhando a perda de fôlego da moeda americana frente a divisas fortes. Entre os fatores externos, a tentativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de remover Lisa Cook da diretoria do Federal Reserve (Fed) influenciou o mercado.
Cook foi acusada de fraude hipotecária, alegação que não é alvo de investigação formal, e seu advogado informou que pretende contestar judicialmente a decisão, já que a autoridade de Trump para demitir diretores do Fed não está clara.
Segundo Velloni, “o ataque ao Fed tem impacto no dólar, pois coloca em xeque a independência da política monetária”. A instabilidade na gestão do Fed, somada às tarifas impostas a China e Índia, aumenta a volatilidade das moedas emergentes e favorece realocação de recursos para ativos mais seguros, como o ouro.
Dollar Index
O Dollar Index (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, operou em alta moderada, atingindo máxima de 98,563 pontos. Em agosto, o DXY registra queda de 1,70%, enquanto no ano acumula desvalorização de 9,40%.
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Confira o gráfico DXY (em tempo real):