O mercado de commodities encerrou a sexta-feira (29) com atenção voltada ao desempenho do café e do milho, ambos com forte movimentação nos contratos futuros. Com destaque para o milho que se recuperou na parte final de negociações.
Segundo análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, o café voltou a encontrar resistência técnica em US$ 384 centavos por libra-peso, nível que vem limitando as altas nas últimas sessões.
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Apesar de testar os US$ 393,95, o contrato devolveu parte dos ganhos e encerrou novamente próximo da barreira. Confira a análise na íntegra abaixo:
Café sofre para romper resistência e com estoques baixos
O movimento do café segue influenciado por fatores fundamentais. Durante a análise, Gioielli também comentou a análise de Thiago Marques Cazarini, CEO da Cazarini Trading Company, que destacou em boletim a relutância de produtores brasileiros em vender.
Segundo ele, os produtores estão buscando preços entre R$ 2.500 e R$ 3.000 por saca para o café remanescente. Mas como os custos já estão cobertos com preços acima de R$ 2.000, o produtor pressiona menos a oferta.
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Esse cenário se soma a estoques globais reduzidos. Em Nova York, os estoques certificados caíram 1.642 sacas em um único dia, para um total de 714.936 sacas, o menor nível em 15 meses e próximo de romper a marca psicológica de 700 mil sacas.
Além disso, pesam no mercado fatores como geadas no Cerrado Mineiro, expectativa de clima seco durante a florada e tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
O café robusta também acompanha o movimento, com restrição de oferta internacional sustentando os preços.
Exportações dão suporte para o milho
No milho, os contratos futuros de dezembro em Chicago fecharam em alta, impulsionados por forte demanda externa. O USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) informou que exportadores do país venderam mais de 2 milhões de toneladas em uma semana, mesmo após cancelamentos.
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As vendas estão acima do ritmo necessário para cumprir a meta de exportações da temporada, de 73 milhões de toneladas. A procura internacional, especialmente da China, sustentou a alta, mesmo com a perspectiva de safra recorde e o avanço da colheita nos Estados Unidos.
Segundo estimativas da ANEC, o Brasil deve exportar 7,8 milhões de toneladas de milho em agosto, alta de 21,8% sobre o mesmo mês de 2023. Na Argentina, a colheita já alcança 97,2% da área e deve totalizar 49 milhões de toneladas, apesar de perdas ligadas à cigarrinha.
Demais commodities operam em terreno misto
A soja também encerrou a sexta-feira em alta, após três sessões estáveis. Operadores compraram contratos antes do feriado de segunda-feira nos Estados Unidos (Dia do Trabalho), com previsão de tempo seco no Meio-Oeste americano, fator que pode afetar lavouras em fase final de desenvolvimento.
No petróleo, os preços seguiram estáveis dentro da faixa de negociação recente. O mercado monitora possíveis mudanças no fluxo de exportação da Venezuela diante de tensões políticas no país.
O mercado do boi gordo apresentou recuperação parcial, mas segue pressionado.