A inadimplência tem se mostrado um desafio crescente no Brasil, segundo o Mapa da Inadimplência da Serasa publicado em julho de 2025. O levantamento revela que 78,2 milhões de brasileiros estão com dívidas pendentes, um recorde histórico. Goiás apresenta um dado significativo: 46,04% dos adultos estão inadimplentes, posicionando o estado levemente abaixo da média nacional de 47,93%. As dívidas nacionais, de modo geral, já totalizam impressionantes R$ 482 bilhões.
A faixa etária mais endividada situa-se entre 26 e 65 anos. Jovens adultos e adultos de meia-idade representam as divisões etárias mais afetadas pela inadimplência. A distribuição de gênero nesse contexto é quase paritária, demonstrando que o endividamento é um problema disseminado amplamente entre homens e mulheres.
O impacto da inadimplência não se limita apenas à pessoa física. Pequenos empreendedores e microempresas também sentem as consequências, pois a deterioração do crédito reduz a capacidade de acesso a financiamentos e movimenta menos a economia local.
Cenário nacional da inadimplência

O índice recorde de inadimplência atingido em 2025 mostra uma tendência de crescimento preocupante para as famílias brasileiras. O número de inadimplentes, ultrapassando 78 milhões, reflete dificuldades econômicas persistentes e o aumento do custo de vida. Além disso, fatores como desemprego e diminuição da renda contribuíram para o agravamento desse cenário.
Os dados revelam que o perfil do inadimplente é heterogêneo, abrangendo desde jovens trabalhadores até adultos de meia-idade, o que dificulta políticas de recuperação específicas. De modo geral, a falta de educação financeira ainda é um desafio cultural importante no Brasil.
Regiões como o Centro-Oeste apresentam índices abaixo da média nacional, mas ainda enfrentam desafios importantes. O Distrito Federal continua liderando o ranking de inadimplência na região, seguido por outros estados como Mato Grosso.
Soluções e programas para redução da inadimplência
O programa Limpa Nome da Serasa é uma das principais ferramentas disponíveis atualmente para quem busca renegociar débitos. No último levantamento, mais de 3,8 milhões de acordos foram fechados apenas em julho, mostrando o crescimento da procura por alternativas para regularizar a situação financeira.
As renegociações costumam envolver dívidas de menor valor inicialmente, com média de R$ 736 por acordo. Esse comportamento sugere que a população tem priorizado dívidas mais acessíveis para restabelecer o crédito no mercado.
Outro ponto importante são os feirões e campanhas periódicas promovidos por instituições públicas e privadas, criando oportunidades para obter descontos expressivos e melhores condições de parcelamento dos débitos.
Educação financeira como prevenção
Especialistas indicam que investir em educação financeira é um dos caminhos mais eficazes para evitar o ciclo da inadimplência. Com o acesso a informações, os cidadãos podem planejar melhor sua renda e gastos.
Ferramentas como cursos online, aplicativos de controle financeiro e conteúdos específicos ajudam na gestão das finanças domésticas. Incentivar esse conhecimento nas escolas e empresas é fundamental para mudar o panorama a longo prazo.
A importância da reserva de emergência também é frisada, permitindo que imprevistos sejam enfrentados sem comprometer o orçamento familiar de forma grave.
Negociação e prioridades no pagamento de dívidas
A recomendação central para quem quer sair da inadimplência é identificar as dívidas com juros mais altos e priorizar seu pagamento. Dívidas no cartão de crédito, por exemplo, costumam ter custos elevados e merecem atenção.
Entrar em contato com credores, pedir descontos e novas condições de pagamento é uma prática cada vez mais comum e pode gerar alívio imediato. Plataformas digitais facilitam esses processos de negociação, tornando-os mais acessíveis.
Participar de feirões e eventos online de negociação, muitas vezes promovidos por agentes financeiros e entidades de defesa do consumidor, é outro caminho para obter vantagens e quitar débitos antigos.
A lei do superendividamento
A Lei do Superendividamento, sancionada em 2021, traz mecanismos legais para proteção dos consumidores em situação de endividamento excessivo. Ela proíbe práticas abusivas de crédito e viabiliza audiências coletivas de conciliação.
A legislação também garante apoio para renegociação global das dívidas, permitindo condições mais justas e possíveis descontos. Assim, o endividado encontra respaldo jurídico para buscar reorganizar sua vida financeira.
Com a proximidade do final do ano, o incentivo para negociar aumenta, já que muitas empresas buscam finalizar seus balanços com menor índice de inadimplência e oferecem condições facilitadas para pagamento.
Leia mais: Ainda preciso pagar a dívida depois de 5 anos no Serasa?
Construindo um novo hábito financeiro
Após regularizar as dívidas, é fundamental adotar práticas de controle financeiro para evitar recaídas. Isso inclui manter um orçamento mensal, evitar compras parceladas desnecessárias e acompanhar os gastos em tempo real.
Reduzir a dependência do crédito, buscar fontes de renda extra e priorizar o consumo consciente são estratégias recomendadas por especialistas em finanças. Essas medidas contribuem para uma relação mais saudável com o dinheiro.
A criação de uma poupança de emergência e o planejamento a médio e longo prazo são hábitos que fortalecem a estabilidade financeira, prevenindo que a inadimplência volte a ser um problema recorrente na vida do cidadão.