O dólar fechou esta segunda-feira (1) em alta de 0,33%, a R$ 5,44. O movimento foi influenciado pela cautela em relação ao cenário fiscal doméstico, pelo início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e pela baixa liquidez devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos.
O mercado reagiu à primeira versão do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, que prevê superávit primário de R$ 34,5 bilhões, equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
O superávit primário representa a economia que o governo faz para pagar juros da dívida pública. No entanto, o resultado projetado depende da exclusão de despesas como precatórios e gastos de instituições científicas. Considerando esses valores, o governo estima déficit primário de R$ 23,3 bilhões.
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Casas como MB Associados, Santander e Warren Investimentos avaliam que as projeções do PLOA são otimistas demais quanto ao crescimento econômico e à arrecadação federal.
Além da questão fiscal, investidores acompanham o julgamento de Bolsonaro e outros réus no STF por suposta tentativa de golpe de Estado.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, disse, em entrevista ao Estadão/Broadcast, há receio de que uma eventual condenação provoque reações externas, como sanções do governo americano, o que poderia pressionar ainda mais o câmbio.
Dólar no exterior
No exterior, o Dollar Index (DXY), que mede a força do dólar frente a seis moedas fortes, operou com leve queda e fechou em torno de 97,700 pontos. No acumulado do ano, o indicador recua quase 10%. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Investidores aguardam os próximos dados do mercado de trabalho dos EUA, com destaque para o relatório de empregos (payroll) de agosto, que será divulgado na sexta-feira (5). O documento é considerado decisivo para calibrar apostas sobre a intensidade do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) neste ano.
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Atualmente, as projeções apontam mais de 80% de chance de início da redução das taxas já em setembro.