O mercado de commodities encerrou o pregão desta terça-feira (2) em forte volatilidade, especialmente no café, que realizou lucros, mas indica para retomada nos próximos pregões e queda na soja.
Segundo análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, o café futuro perdeu força após a valorização expressiva de agosto, quando acumulou alta de 33,7%. O contrato de dezembro chegou a marcar mínima em 365,50 centavos de dólar por libra-peso, antes de fechar próximo de 373,35 centavos.
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Confira a análise na íntegra:
Café realiza lucros após forte valorização
A queda foi atribuída a realizações de lucros, movimento comum quando investidores vendem contratos após fortes altas. O cenário foi intensificado pelo baixo volume de negócios, já que os mercados de Londres e Nova York ficaram fechados em feriados consecutivos.
No campo, a colheita avança. A cooperativa Cooxupé, que reúne mais de 21 mil produtores em Minas Gerais e São Paulo, informou que 94,9% da safra 2024 já foi colhida até 29 de agosto.
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A conclusão da colheita reduz a incerteza climática de curto prazo, mas mantém a pressão sobre preços internacionais diante da oferta definida.
A demanda, no entanto, começa a mostrar sinais de desaceleração. A JM Smucker, dona das marcas Folgers e Café Bustelo nos Estados Unidos, anunciou reajuste de preços diante da “inflação mais significativa do café verde já registrada”. A companhia alertou que a nova tarifa de 50% sobre o café brasileiro deve manter a pressão sobre custos.
Milho ganha suporte com exportações
O milho encerrou em alta em Chicago, apoiado por dados positivos de exportação. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), as vendas da safra 2024/25 estão acima do ritmo necessário para alcançar a meta de 73 milhões de toneladas na temporada.
Na semana, exportadores norte-americanos registraram embarques de 1,4 milhão de toneladas, reforçando a forte demanda internacional, especialmente da Ásia.
Os ganhos, porém, foram limitados pelo avanço da colheita nos Estados Unidos, que deve resultar em safra recorde, estimada em mais de 400 milhões de toneladas, além da ampla oferta vinda de Brasil e Argentina.
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Soja e demais commodities
A soja recuou diante da ausência da China nas compras de curto prazo. Segundo Gioielli, enquanto não houver definição sobre as aquisições chinesas, o mercado seguirá sem direção clara.
O petróleo oscilou ao longo do dia, mas manteve-se dentro da faixa recente de negociação, em meio a incertezas políticas na Venezuela.
No boi gordo, os contratos futuros fecharam próximos da estabilidade. Gioielli destacou que o mercado apresenta sinais de indefinição, com movimentos limitados de alta e baixa.