O dólar fechou esta terça-feira (2) em alta de 0,64% frente ao real, a R$ 5,47, chegando ao terceiro pregão consecutivo de valorização. O movimento acompanhou a escalada dos juros de títulos públicos em países desenvolvidos, o que levou investidores a buscar proteção na moeda americana.
O aumento nos rendimentos dos títulos de longo prazo nos Estados Unidos e no Reino Unido ampliou a aversão ao risco. No Reino Unido, o rendimento do Gilt de 30 anos atingiu o maior nível em 27 anos, enquanto o T-bond americano de 30 anos chegou a 4,9977% pela manhã, próximo do nível crítico de 5%.
A alta dos juros torna os títulos mais atrativos, fortalecendo o dólar globalmente. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda frente a seis divisas fortes, avançava cerca de 0,60% no fim da tarde, com destaque para a libra esterlina, que caiu mais de 1%. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
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Cenário doméstico
O real esteve entre as moedas emergentes mais pressionadas, junto com o peso chileno. Investidores também monitoram o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de Estado. Analistas avaliam que o impacto pode aumentar quando os votos dos ministros forem divulgados.
No Brasil, o PIB cresceu 0,4% no segundo trimestre frente ao trimestre anterior, em linha com as projeções. Ainda assim, o dado perdeu espaço diante das tensões externas. A leitura do mercado é de que a economia deve perder força nos próximos meses, o que pode abrir espaço para cortes na taxa Selic em 2026.